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Mostrando postagens de abril, 2013

A Ponte.

Saiu do trem com a pressa e o cuidado habituais, segurando a bolsa com uma mão e a protegendo com outra. Passou as catracas segurando o vestido para que não levantasse e pegou a ponte que levava para o parque. Já passavam das dez. O caminho era escuro e sua única companhia era sua sombra trêmula e algumas cigarras. A ponte devia ter cerca de 1km, mas ela estava acostumada com sua extensão. A estação de trem ia ficando cada vez mais pra trás. Seus passos no chão acimentado eram ásperos e solitários. A bolsa parecia pesar mais agora, mas com certeza era só o peso de um longo dia de trabalho. O vento uivou mais forte e uma lâmpada a seu lado, no gramado da beira da ponte estourou, sobressaltando-a. Ela deu um leve pulo para a esquerda e sentiu o coração pular uma batida. Se concentrou e voltou a andar. Ainda deviam faltar uns bons 700m. Ela só queria chegar em casa. Seus pés a estavam matando, só queria um bom banho e sua... Schps. Um silvo. Ela não parou de andar, mas olhou