Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Cenas.

Ninho.

Água. Tinha água batendo no vidro da janela sem cortinas. Demorei a perceber que o barulho era real. Franzi o cenho e me espreguicei, custando a deixar pra trás o sonho cinzento que me envolvia. Estiquei o pescoço e olhei para os vidros agora camuflados de gotas d'água. A chuva caía grossa, tão silenciosa quanto podia ser numa manhã de domingo. O céu era cinza, tão nublado quanto a atmosfera onírica que teimava em não me largar. Quase hora de ir embora , pensei, mas logo me encolhi de novo. A cama que me acolhia era velha conhecida minha. E aqueles braços também. Aquele peito largo, destemido e quente que agora me servia de travesseiro respirava com tranquilidade. Subia e descia emanando uma paz amarelo claro. Ronronava também. Ali, escondida naquele ninho macio que eu ousava, por vezes, clamar só meu, o barulho da chuva parecia oco. Eu já não ouvia tão bem as gotas se atirando contra as janelas e escorrendo dramaticamente. Ali eu só ouvia o ar entrando e saindo, e uma bat...

Cafajeste.

Ele se movimentava pela casa naturalmente, enquanto eu ficava ali parada, olhando para aquela vermelhidão por segundos que pareceram eternos. Não podia não sorrir diante daquilo, era inevitável. Vi dois pedaços de fita finos e vermelhos pendurados em algo que saía da parede, não importa. Só me importava olhar aqueles cordoezinhos feitos de bibelô. Uma massa disforme, mas pesada e intransigente me subiu pelo estômago e garganta. Uma massa colorida, de densa felicidade e de uma afeição azul bebê. Respirei fundo e me esforcei para empurrá-la pra baixo, mas ela insistia. Me fazia abrir ainda mais o sorriso. Ainda meio sem chão, só consegui emitir algumas palavras: - Você guardou as fitinhas... Aquelas que um dia selaram minhas tranças. Displicente, não prestei muita atenção à resposta dele, mas acho que ele disse que sim, as havia guardado. Ele agora prostrava-se próximo a mim, e o cheiro dele me enchia o peito. Baixei os olhos e inspirei profundamente mais uma vez. Não consegui...

Smile, Sunshine.

Haviam duas camas, mas eles se espremiam numa só. A noite tinha sido turbulenta, mas o Sol os poupou, invadindo o quarto pela sacada com uma luz mais fraca que o habitual. Ela abriu os olhos de leve e checou seu travesseiro: um braço forte, tatuado e muito aconchegante. Ela se empurrou um pouco pra trás, se encaixando melhor no corpo atrás do seu, que reagiu abraçando-a mais forte. Era um corpo grande, quente, e tinha um cheiro que ela reconhecia de muito longe. Aos poucos, ele também despertou. Apertou-a nos braços e beijou-lhe a nuca, enroscando suas pernas na dela. Sua mão, pesada, se precipitou por dentro da blusa dela, a única peça que aquele corpo menos quente vestia, acariciando suas costelas e peitos. Depois, desceu novamente, encontrando seu umbigo e, então, o quadril exposto e branco. E então, sim, um pouco mais pra baixo e... Ela se contorceu e gemeu baixo, abrindo o primeiro sorriso da manhã. Foi então sua vez de usar as mãos e fazê-lo sorrir. Por debaixo do cobe...

Madeira.

Ele parou, de joelhos, por cima dela, com o tronco erguido. O pescoço e os ombros eram como rocha esculpida. Amadeirados. O peito largo e questionador arfava. Seu rosto ia limpo, com sentimentos distintos e indefiníveis à mostra. Naqueles míseros segundos, o quarto silenciou. A penumbra encobria os móveis, mas havia certa luz argêntea. As paredes tinham a tinta cinzenta descascada, a cama, os lençóis revirados, e o chão, as roupas. Ele inspirou profundamente outra vez, olhando aquela criatura debaixo de si, com os cabelos estendidos e a pele em chamas. Os olhos vermelhos dela não se desgrudavam dele em nenhum momento. Dos seus cílios, do seu maxilar e dos seus braços. Os sete segundos passados foram o suficiente para ele registrar aquela cena quase notívaga. E então, ele avançou. Enquanto ele lhe rasgava o pescoço e o baixo ventre, fazendo jorrar o visco rubro, num completo frenesi, afogando-a com aquele cheiro sobrehumano e hipnótico, a cabeça dela pendia solta para ...

Meu.

O barulho no apartamento era alto demais, o anfitrião talvez até recebesse uma multa por isso. O ambiente, contudo, era delicioso. Vozes animadas, clipes na TV e muita comida e bebida à mesa. Já passavam das três da manhã, e seu organismo que ainda se comportava como o de uma criança clamava por uma cama. Tinha, entretanto, o melhor travesseiro sob sua cabeça de olhos já fechados: o ombro direito dele. O ouvido direito dela captava todo o som da festa, animada demais para aquela hora da madrugada na opinião dos vizinhos. O esquerdo ouvia com carinho as batidas do coração dele sob a polo preta. De cada lado da cabeça, um extremo: bagunça e tranquilidade. O corpo que se fazia de cama para ela se mexia um pouco, suas cordas vocais vibravam com um tom divertido. Ao mesmo tempo, o braço direito dele a envolvia, acariciando suas costelas e espáduas. O mais puro afeto a inundou. Ela o abraçou mais forte. Sentia que... Não. Ela sabia que, se quisesse, poderia dormir naquele omb...

Algo bom. E alto.

- Quero ouvir algo bom. E alto. Ele parou no farol e selecionou a banda preferida deles. Aumentou o volume até os vidros do carro tremerem, até suas veias pulsarem com mais força, até ver as feições satisfeitas dela, traduzidas num sorriso que ele adorava. Os acordes pesados, rock do melhor, vibravam incontroláveis. Eles urravam as letras. As cabeças chacoalhando, o carro perfurando a noite com aquele volume estrondoso de guitarras. Os faróis dianteiros iluminavam a avenida encoberta pelo escuro. Algumas almas nas esquinas, encarando a fonte do barulho alto demais. Um estranho na noite. Lá dentro, eles continuvam cantando as letras rápidas e trabalhadas demais. Ele tinha a mão na perna esquerda dela. Ela, o coração na boca. Natália Albertini.

Colorido.

O cômodo silenciava, escuro. Nenhum aparelho ligado, nem emitindo som algum. Flashes da noite viscosa e vermelha. Preto. Verde. Roxo. Vermelho. E mais vermelho. E ainda mais vermelho. O visco daqueles pescoços latentes era provocativo demais. Ela sabia que deveria parar, mas era incapaz. Se esguiava pela pista de cança pelas sombras, deixando somente alguns trechos daqueles focos coloridos de luz lhe tocarem, no máximo, o braço. Voltou a si. As pernas iam cruzadas no chão, os braços, atrás do corpo, dando suporte a toda sua gula. Sentiu uma gota do seu próprio visco avermelhado pingar em seu peito nu. Olhou pra baixo, observou-o escorrer. O que antes era apetite, agora transformara-se na consciência do abuso. Não deveria ter tomado tanto... Mais uma gota pingando. E outra no colo esbranquiçado e estufado. Encarou seu reflexo no vidro logo à frente. Sua face pálida, seus olhos fundos. Seus lábios gelados. Sangue escorria pelo meio deles. Muito sangue. Todo o san...

Veludo.

Ela corria. As gotículas daquela chuva morna caíam-lhe ao rosto. A capa de veludo verde escuro ondulava às suas costas, o capuz tapava-lhe os olhos a cada passada. Os galhos estalavam a seus pés, as árvores a observavam, serenas e notívagas. A noite pesada preenchia o bosque. Ela sentiu o cheiro do rio gelado mais à frente, correndo como ela. Alargou ainda mais os passos, esquentando o corpo que horas antes tremia de frio. Alcançou, por fim, a margem daquele corpo lânguido e azul. Escuro.  Ela agachou, ouvindo os gritos cada vez mais próximos daqueles que a caçavam. Enfiou a mão no bolso direito com rapidez e segurança, sentindo o toque aveludado do tecido denunciando a chave escondida ao fundo. Determinada, deixou a chave escorregar de sua mão, mergulhando no rio gélido e imponente. A chave voltaria para ela, tinha certeza disso, quando mais tarde a procurasse. Para a mão deles, jamais. Pôs-se de pé, de costas para o rio, de frente para os homens que se escondiam a men...

Dancing in the rain.

Ele olhava para a água caindo sobre sua cabeça e espirrando pelos azulejos. Ela o olhava encantada. Vidro separava os corpos postados de pé. Ela abriu a porta de correr, pisou no chão molhado e um pouco escorregadio e voltou a correr a porta para não deixar molhar o resto do cômodo. Ele sorriu pra ela, enlaçou-a pela cintura com o braço esquerdo e, com a mão direita, segurou a dela. - Vamos dançar - ele disse. Ela riu da ideia, mas se deixou levar pelos passos leves, molhando os cabelos enquanto dava as vagarosas piruetas. O banheiro girava em câmera lenta e a água caía morna. Seu estômago também rodopiava devagar, mas era uma sensação deliciosa. Ao fundo, o som da TV ligada no quarto sussurrava. O sorriso dos dois formavam luas minguantes. Ela desejou com força que ele a continuasse girando e girando e girando. Se apaixonou por aquela tontura. Natália Albertini.

613.

O quarto estava pacificamente escuro, as cortinas pesadas cobrindo a vista noturna. As únicas vozes que quebravam o silêncio eram baixas e falavam num outro idioma, vinham da TV, que também emitia uma luminosidade preguiçosa. Os lençóis grossos cobriam desordenadamente as pernas. Ela estava sem a camiseta, com o cabelo lhe cobrindo o sutiã. Os shorts ainda vestidos. Uma cerveja apoiada na cama. Ele só tinha a boxer no corpo e uma lata na mão. Seus olhos iam semicerrados, cansados de tanto ver a estrada pela frente; as costas sem postura, provavelmente reclamando da cama de hotel desconfortável. O sono o alcançava. Ela o admirou por um tempo, encantada mesmo depois de 2.800KM rodados naquela caminhoneta que haviam carinhosamente apelidado de Sophie. - Eu dirijo amanhã - ela sussurrou. Tarde demais, ele já dormia longe dali, nebulosamente sonhando. Ela sorriu e colocou as duas latinhas no criado-mudo de madeira escura, desligando a TV. Beijou-lhe a testa e o ajeitou na cama. Não ...

Ensolarados.

A estrada livre à frente do carro. O cheiro de mato dançando na serra. O Sol se esparramando pelo painel. Minhas pernas quase douradas dobradas sobre a mala aos meus pés. Meus cachos, intempestivos, esvoaçando a frente de meus óculos-de-sol. Ele dirigindo, sibilando a letra da música ao raído, com seus óculos exagerados. Ela, de cabelos longos, encostada ao banco, tranquila. Atrás de mim, ele olhava pela janela. O carro cheio de malas, nos apertando. Nós quatro voltando para a vida real. Nós quatro. Nós. Ps.: and what I feel for you, my dear friends, does not have a name. Natália Albertini.

Vitória Régia.

- Quer ir pro mar? - ele perguntou, olhando-a aos olhos. Ela deu dois passos para trás, em direção às ondas, com um sorriso ao canto dos lábios salgados e fez que sim com a cabeça. Começou a passar pelas quebradas do mar devagar, de top e calcinha, com o cabelo molhado a lhe tocar a cintura bem definida. Ele deixou as roupas na areia e entrou silenciosamente na água. Logo, ela sentiu o corpo atrás do seu, pulsante e firme. Sorriu para o céu escuro, de olhos fechados. Abriu-os novamente por causa da pressão que os dedos dele faziam entre suas pernas, sob o mar agitado. A barba dele lhe arranhava as costas e a nuca, em beijos ofegantes. Virou-a de frente para si e a pegou no colo, com as pernas envoltas em sua cintura. Ele a segurou pelas pernas e a fez subir. E depois descer. A Lua já havia sumido há tempos e o Sol ainda não havia dado as caras. Eram só as ondas silenciosas, eles e seus sussurros. Ela segurou-se nele pelos braços fortes, que apoiavam suas pernas douradas, e deitou na ág...

Costas.

Seu próprio reflexo a encarava do espelho. Os cabelos caíam mais de um lado. Ele, com a cabeça abaixada, mordia de leve seu ombro, por detrás dela. Os corpos pressionavam-se um contra o outro. Uma das mãos dele apertou-lhe o seio esquerdo com enorme força, fazendo-a fechar os olhos com intensidade e arquear os lábios sobre os caninos. Quando se recuperou da onda de calor e do arrepio, voltou a olhar para o espelho. Encontrou os olhos esverdeados dele a fitá-la fixamente. Tudo o que via no reflexo era seu corpo, até a faixa do umbigo, e, por trás de si, os olhos dele sobre seu ombro, seus braços que passavam por sua frente, beliscando uma ou outra parte de sua cintura, e suas pernas, por fora das suas próprias. As batidas da bateria e as cordas gritantes de guitarra berravam nas caixas de som. O quarto era envolvido em penumbra. Ele ergueu o rosto e mostrou o maxilar bem aberto, de dentes bem formados. Ela ergueu o cabelo, levou a mão esquerda dele a seu seio e o induziu a apertá-lo com...

Cintura.

O sol matutino cutucou -lhe as costas descobertas. Ela franziu o cenho e mexeu a boca, passando a língua pelos lábios, tentando fazer com que aquele insistente e meloso sono desgrudasse dela. Espreguiçou-se e murmurou um baixo "já vou" para o sol que se esparramava pelas costas. Barulho da televisão do lado de fora da porta fechada do quarto. Esticou o corpo esbelto, forçando braços e pernas para cima, mas então deixou-se cair de novo sobre o travesseiro e o lençol amarrotado. Engoliu saliva seca, ainda cheirando a rum. Franziu o cenho de novo, sentindo os cílios se embaraçarem sobre pálpebras pesadas e dorminhocas . Forçou o pescoço para baixo, encostando o queixo no peito, e, com a camiseta levantada até as costelas e a boxer um pouco abaixada, enxergou sua cintura, esverdeada em um ponto e arroxeada em outro. Levou uma das mãos até ali e tocou os hematomas. Dor. Vislumbres da noite passada. Sorriso largo e olhos fechados de satisfação. Virou para o outro lado, encolhe...

Luta.

Com Pink Floyd me embalando a escrita, sinto dois finos feixes de luz me perfurarem o rosto. Fria, tiro os óculos-de-sol, fazendo-os de tiara . Levanto a face e me surpreendo com um par de olhos que atingem o mesmo azul dos meus a me encarar. De prima, fujo, escondo-me nas letras, fingindo voltar a produzi-las, dissimulada. Ainda consigo senti-lo me queimando. Hold back the smile . Mais dona de mim, volto a confrontá-lo. Desta vez, quem se surpreende é ele, abaixando o semblante. Sem que ele veja, sorrio. Ele se levanta e espera a chegada do metrô a seu destino. Nos encaramos brutamente , secos, pela última vez. Orgulhosos. Ele enfim parte. Para sempre. Ps .: ai que essa linha verde me mata qualquer dia! x.x' Natália Albertini .

Roxo.

Encostou ao balcão e pediu uma tequila, quase aos berros, com as mãos aneladas e de nhas bem feitas. Ainda se mexia involuntariamente com as batidas da música, revirando o cabelo. Virou-se e encarou the dancefloor à iluminação escura de verdes e roxos. Sorriu de canto e com os olhos. Voltou-se e tomou o shot, sem caretas. Agressiva, limpou o que lhe escorreu da boca, borrando o batom vermelho. Trotou para o centro da pista e cabeceou a música, fazendo o álcool girar a mente, o corpo, a noite, o planeta. Ps.: desculpem-me mil pelo tempo GIGANTE sem postar, tive muitas ideias, comecei vários textos, mas essa falta de espaçamento nesse blog tá me tirando do sério. ): Tomarei providências. Natália Albertini.

Cordas.

Sentado aos lençóis brancos, lisos, de algodão, ele respirava baixo. Os cílios cintilavam ao Sol das quatro. No colo, sua amada. Ele a dedilhava de maneira calma, sutil e fluente. Os acordes pairavam à sua volta, sem rasgar o silêncio, amaciando-o somente. Os olhos, por detrás das pálpebras, descansavam, assim como os cabelos que lhe caíam à testa. Os ombros ouviam em paz. As pernas não se incomodavam com aquele mísero peso do instrumento. As cordas vibravam, mansas, ao toque dos dedos já tão conhecidos. Uma melodia apaziguadora vinha encher o quarto enquanto a luminosidade do outono se esparramava pelo assoalho. Ps .: Ao som de #3, de Ben Harper & The Innocent Criminals . Natália Albertini .

Uivos.

Ela fica ali, jogada àquele gramado minimamente verde. Tem nos ouvidos pequenas coisinhas brancas que parecem emitir algum som. E pensar que antes ela só gostava da minha voz... Ela se joga ali, com um trecho da cintura de fora, achando que pode me provocar sem ter o troco, ora essa! Dedilho, então, sua franja, bagunçando -a. Ela, sem nem sequer destrancar os cílios, arruma os cabelos alaranjados de volta e retorna à inércia. Irritado, balanço o topo das solitárias árvores que a cerca, fazendo uma ou outra folha cair aqui e ali. Ela nada, deixa os lábios ali, meio-abertos, me tentando a tocá-los. O faço, secando-os, mas ela passa a língua por eles, umedecendo -os novamente. Passo meus braços, suaves, por seus quadris , arrepiando-a. Ela, que ontem atirou desesperos e desaforos a mim, como um tapa em meu rosto, sorri de canto e, sem muitos movimentos, faz com que o som daqueles pontinhos brancos aumentem. Não! Você deve ouvir A MIM! SOMENTE A MIM! Ora, que penso eu? Me acalmo, a deixo...

Porta anti-ruídos.

Esquálidos e poucos raios de sol entravam pela frestas que a cortina deixava, em feixes. A manhã beirava as cinco horas. Os lençóis alaranjados de algodão egípcio se espalhavam pela cama larga, onde, silencioso, um corpo jazia, respirando preguiçosamente, desacordado. Ela estava sentada aos pés do colchão, com os joelhos dobrados e os braços largados sobre eles. Os olhos fixos no chão, firmes. O cabelo caindo-lhe insistentemente ao rosto. Uma das mãos alcançou-lhe o semblante, dando apoio ao queixo. O uniforme bem alinhado dava àquela comissária um ar elegante e aristocrático. As malas, prontas, esperavam à porta. Ela se virou, lançando um longo olhar ao rapaz ainda adormecido. Respirou fundo, inalando a atmosfera sonolenta, tranquila e aconchegante que ele exalava. Cada extremidade de seu corpo urgia para que ela se jogasse sobre ele, o acordasse e beijasse aqueles lábios tão bem delineados. Urgia para que as quatro mãos se encontrassem, para que as pernas se entrelaçassem e para que ...

Wisemen say only fools rush in.

Janelas abertas para a rua. Azulejos verdes na varanda. A porta da sala aberta, convidando o raro vento a entrar. O som melodioso do sussurro silencioso do riacho atrás da casa. Elvis à vitrola. Dois corpos enlaçados e adormecidos ao chão lígneo daquela casa dos anos sessenta. Ps.: Elvis à minha iVitrola. (: Natália Albertini.