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Mostrando postagens de maio, 2014

Smile, Sunshine.

Haviam duas camas, mas eles se espremiam numa só. A noite tinha sido turbulenta, mas o Sol os poupou, invadindo o quarto pela sacada com uma luz mais fraca que o habitual. Ela abriu os olhos de leve e checou seu travesseiro: um braço forte, tatuado e muito aconchegante. Ela se empurrou um pouco pra trás, se encaixando melhor no corpo atrás do seu, que reagiu abraçando-a mais forte. Era um corpo grande, quente, e tinha um cheiro que ela reconhecia de muito longe. Aos poucos, ele também despertou. Apertou-a nos braços e beijou-lhe a nuca, enroscando suas pernas na dela. Sua mão, pesada, se precipitou por dentro da blusa dela, a única peça que aquele corpo menos quente vestia, acariciando suas costelas e peitos. Depois, desceu novamente, encontrando seu umbigo e, então, o quadril exposto e branco. E então, sim, um pouco mais pra baixo e... Ela se contorceu e gemeu baixo, abrindo o primeiro sorriso da manhã. Foi então sua vez de usar as mãos e fazê-lo sorrir. Por debaixo do cobe

Marshmallow

O dia era bastante frio pra uma manhã de maio. Uma chuva fina e insistente batia nos vidros do carro, como se um domingo já não fosse tedioso por si só. Todavia, aquela domingo não ia tão monótono assim... Ele dirigia e defendia suas opiniões com afinco dentro daquele casaco grande de náilon. Seu tom de voz era amadeirado, melodioso aos ouvidos dela, que prestava bastante atenção no que ele dizia. Prestava mais atenção, com tudo, no jeito como ele falava. E em como ele ficava bem de barba. Não conseguiu se conter e, por algumas vezes, arrumou um ou outro fio que destoava. Debaixo do queixo dele, ou mais perto da orelha, quase à altura dos óculos, onde aquela barba densa se juntava com o cabelo que ele agora tanto aprovava. Barba e cabelo, ambos do mesmo tom, mas os olhos... Ah, os olhos, não... Estes tinham uma cor ainda mais doce, quase caramelo. E ela realmente gostava de como esse caramelo escorria por sua pele quando ele a encarava. Ela sorria bastante e concordava com quase

Madeira.

Ele parou, de joelhos, por cima dela, com o tronco erguido. O pescoço e os ombros eram como rocha esculpida. Amadeirados. O peito largo e questionador arfava. Seu rosto ia limpo, com sentimentos distintos e indefiníveis à mostra. Naqueles míseros segundos, o quarto silenciou. A penumbra encobria os móveis, mas havia certa luz argêntea. As paredes tinham a tinta cinzenta descascada, a cama, os lençóis revirados, e o chão, as roupas. Ele inspirou profundamente outra vez, olhando aquela criatura debaixo de si, com os cabelos estendidos e a pele em chamas. Os olhos vermelhos dela não se desgrudavam dele em nenhum momento. Dos seus cílios, do seu maxilar e dos seus braços. Os sete segundos passados foram o suficiente para ele registrar aquela cena quase notívaga. E então, ele avançou. Enquanto ele lhe rasgava o pescoço e o baixo ventre, fazendo jorrar o visco rubro, num completo frenesi, afogando-a com aquele cheiro sobrehumano e hipnótico, a cabeça dela pendia solta para fora