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Mostrando postagens de outubro, 2013

Cinzenta.

Silêncio. Céu cinza. Um silêncio arrebatador, calmo, que nascia e fluia naquela massa densa de água salgada. Eu estava boiando, com as orelhas abaixo d'água, o corpo leve, a mente vazia. Completamente vazia. Um estalo ou outro debaixo daquela imensidão marítima, mas, no geral, um silêncio verde escuro, pesado. Ondas levantavam mais ao longe, e eu conseguia ouvir seu movimento por debaixo d'água, mas num volume baixo, o silêncio ainda me preenchia muito. Reviravoltas aconteciam longe de mim. Crianças brincavam na praia, outras pessoas nadavam mais ao raso, e tsunamis se erguiam no meio do oceano. Gotas geladas e finas caíam do céu e me tocavam a testa e o nariz, ainda pra fora da massa salgada e líquida. Eu me fechava no meu próprio universo. Me sentia preenchida pelo vazio, cada vez mais. E cada vez mais impelida a fazê-lo. Algumas algas me tocavam os pés, e alguns peixes, as mãos, mas eu continuava intacta, boiando, sem coragem ou covardia de me mover. Meu corpo s