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Mostrando postagens de 2008
Meus amores, este é um post de despedida para 2008. Espero que todos vocês tenham um ótimo final de ano, bem como suas famílias. Desejo-lhes tudo de bom nesse mundo. Estou indo viajar hoje e não sei quando volto. Espero que, assim que voltar, traga comigo muitas idéias, sinceramente. Só pra vocês se manterem informados, estou lendo Crepúsculo, em seguida lerei The Woman in White, e, se possível, terminarei Alice Através dos Espelhos. Exceto o segundo, os livros são ótimas indicações. Não indico aquele porque ainda não o li. Depois dou-lhes um parecer. Enfim, ótimo 2009 para todos! Muitos beijos. Natália Albertini.

Vício.

Dimitra escorou-se na parede ao sentir o cheiro da pólvora do .38 na cintura do policial gordo que dirigia a viatura a 660m dali. Suas pupilas se estreitaram felinamente e, de maneira súbita, se dilataram. Ao constatar-se fora de pergio, adentrou o beco e abriu a porta cinza pela qual teve de passar abaixada. Desceu a escada de ferro e enfim pisou em chão firme. Seguiu pelo aposento frio e abandonado sendo guiada por seu faro e seu tato, deixando a visão descansar um pouco. Alcançou o cômodo terminal e bateu três vezes na porta vermelha. Um segurança de mais de dois metros de altura a abriu e revistou a loira por completo. - Tudo limpo, senhor. - Bom. Venha aqui, gracinha. Dimitra aproximou-se do homem sombrio sentado na cadeira semelhante a um trono e, segura, bravou: - Eu quero o que te pedi. - Ah, é? Então você tem que pegar. - Está bem. Onde está? - Adivinha - sorriu como um gato de Chesire. O que se sucedeu foi apenas selvageria ao som de Mozart e gemidos. Uma hora e meia mais tar

Homens...

- Dá pra decidir? - Você acha que é fácil assim?! - Não, não acho, tenho certeza. Eu já me decidi há séculos! - Mentirosa! - O quê?! - os olhos faiscaram. -Nada - engoliu em seco. - Medroso. - Só quis dizer que sua decisão foi tomada apenas a alguns minutos atrás, não a séculos - num volume bem mais baixo. Calou-se. - Amor? - Que foi?! - Por que parou de falar? - Pra ver se você se decide logo! - Droga! Isso é muito difícil pra mim. - Ai, vocês... - Nós? Nós quem? - Vocês, homens! - Ai, que susto, achei que tinha mais de um... - Pelo amor de Deus! Você bebeu hoje? Risadas. - Tô falando sério! - Claro que não, né? - Sei lá... Silêncio. - Decidiu? - Ai, ainda não, bebê! - Não é tão difícil! Ou é isso ou é aquilo, ponto. - Mas eu tenho mais de duas opções... - Quer que eu escolha pra você? - Não, não, isso não! Você vai ser má. - Então vai logo, não tenho o dia todo! - Você sabe como é sempre difícil, pra mim, tomar decisões desse tipo. Finalmente uma terceira pessoa interferiu: - Pelo am

Cafeína.

Duas batidas delicadas na porta lígnea. Com um lenço de papel na mão direita e o cabelo desajeitado, foi atender a porta. - Oi, Li - a voz serena e tranquilizadora disse. O lenço de papel foi largado para que as mãos pudessem encontrar a nuca e as costas do recém-chegado coração. - Entre - a voz chorosa convidou. A porta foi fechada de maneira sutil e os dois corpos se permitiram não se moverem. - Nada ainda? - Não - e mais lágrimas brotaram-lhe aos pés dos olhos. Abraçaram-se por algum tempo, e no silêncio estabelecido, conseguiram ouvir murmúrios vindo do escritório. - Vou lá vê-lo. - Não! Ele não vai te reconhecer! - Vai, sim - soltando-se das finas e molhadas mão. - Não, por favor! Ele não sabe quem eu sou. Só sirvo para fazer-lhe café. Nem comer ele come mais. Não deu ouvidos e caminhou pelo corredor, abrindo a porta que deveria dar para o escritório. O que na verdade encontrou foi uma aura prateada que mantinha em suspensão palavras rimadas em português, alemão, italiano, inglês

Sex, blood and rock'n'roll.

Techno trance - Blade 2 vampire revenge src="http://www.mp3tube.net/play.swf?id=1c705de7322ee04a0cfe671a214a57f3" quality="High" width="260" height="60" name="mp3tube" align="middle" allowScriptAccess="sameDomain" type="application/x-shockwave-flash" pluginspage="http://www.macromedia.com/go/getflashplayer" wmode="transparent" menu="false" Fios de luz vermelhos e roxos sendo atirados para todos os cantos da boate, inclusive os mais escondidos, sombrios e sujos cantos. Inclusive a entrada. A escada de ferro entre as paredes escuras não ficavam vazias nem por um instante. O lugar estava prestes a explodir. Entretanto, parecia sempre existir um novo convite para um novo corpo entrar ali. A música atraía. Música alta e eletrizante. Música que envolvia os canos sobre os balcões centrais. Canos sendo entrelaçados e esfregados por mulheres extremamente excitantes com seios avolumados

Outback

Um bar sofisticado, com taças, copos e bebidas diferenciados. Dois rapazes estrangeiros se divertindo com alguma observação do bartender. Um chopp para cada um deles. Dois tons de azuis, um em cada camisa. Uma alianças escondida em cada bolso traseiro das calças jeans. Dois olhares atentos, famintos e adúlteros sobre as moças do outro lado do bar. Um casal por trás de uma mesa de madeira escura. Uma moça procurando algo atrativo no cardápio. Um rapaz, embora abraçado à moça, lançando um olhar lupino e infiel a uma jovem que passava no corredor ao lado com um shorts não muito comprido e de corpo atraente. Uma senhorita esticando o pescoço por sobre o encosto do banco para olhar o atendente alto, de ombros largos, loiro e de olhos azuis que trajava um uniforme amarelo e limpava a mesa ao lado. Juro que acho que eu realmente me apaixonei por ele... Ps.: Hehe...besteiras avulsas. Natália Albertini.

Workaholic.

Pietro desceu as escadas correndo, esperando encontrar a avó a lhe esperar com a intenção de levá-lo até em casa. Entretanto, o que, ou melhor dizendo, quem encontrou superou toda e qualquer expectativa, exaltando-o em felicidade. A mulher que o esperava era relapsa, negligente. Era alta, esbelta e com cabelos vinho. Era devota ao seu trabalho (e, se me é permitido dizer, aparentemente só a este). Não se deu ao trabalho de levantar ou de olhar aos olhos do menino que se espantou ao vê-la. Apenas o olhou desanimada, suspirou e pensou consigo mesma que precisava de férias de tudo aquilo, ou simplesmente precisava voltar ao trabalho. Os gritos do menino podiam ser ouvidos por toda a escola. - Mãe! Mãe! Mamãe! Mamãe, mamãe, mamãe. Mãe! Olha, Vê, essa é minha mãe! - apresentou-a ao coleguinha com um sorriso enorme estampado no rosto e voltou a olhar encantado para a mulher á sua frente, enchendo-a de beijos e abraços. Assim que conseguiu se livrar de tudo aquilo, a mulher se pôs de pé e seg

Só um minuto, John.

O ônibus estava razoavelmente espaçoso, isso é, ninguém era obrigado a ficar de pé. Nos quatro últimos assentos do lado direito, logo à frente da porta traseira, sentavam-se duas moças e duas mulheres mais velhas. Estas últimas sentavam logo antes da porta. Já aquelas, um banco à frente. Os fones serviam de ponte para John Mayer alcançar a mente da moça mais jovem, sentada ao corredor. A que estava ao seu lado babava no vidro, profundamente adormecida, quando o diálogo das mais velhas chamou a atenção da mais jovem das quatro: - Ééééé, dizem que a vida começa aos 40. Acho que têm razão. Porque a minha começou mesmo... Começou a piorar! - e riu, acompanhada da colega ao lado, que prosseguiu a conversa. - Pois é, depois dos 40, os "gistas" despencam em cima da gente, né? É cardiologista, oftalmologista, nefrologista, otorrinolaringologista (não que ela pudesse realmente pronunciar isso, mas tentou ao máximo), neurologista, pneumologista, reumatologista... - É, e por ai vai... J

Joaninha

Com mais um de meus intermináveis períodos dionisíacos, tenho chorado até sentir a garganta implorar-me para parar, meus olhos me dizerem que não têm mais água e minha barriga se contrair. Tenho feito caretas para a vida, ainda que com o Sol brilhando lá fora. Hoje uma joaninha pousou em minha blusa. Eu a peguei na mão e depois de alguns segundos, ela bateu asas e levantou vôo. Acho que minhas lágrimas abrangem isso também. Eu não tenho do que reclamar da minha vida. Não derramo água salgada por ingratidão ou, como eu mesma digo, bichisse. Acho que é apenas medo. Medo de perder tudo de uma hora pra outra. Medo de perder todos de uma hora para outra. Esse final de ano talvez represente pra mim muitas mudanças, e eu tenho muito medo disso, afinal, estarei entrando num último ano de uma trajetória longa que foi acompanhada por pessoas muito especiais. Mais um ano vai se passar e todos vão continuar envelhecendo. E, meu Deus, que medo que eu tenho de perder vocês. Que medo que eu tenho de,

The sweetest thing.

Sigur Rós - Salka <\embed> src="http://www.mp3tube.net/play.swf?id=6816d179f1efd85f5d56401caf339e32" quality="High" width="260" height="60" name="mp3tube" align="middle" allowScriptAccess="sameDomain" type="application/x-shockwave-flash" pluginspage="http://www.macromedia.com/go/getflashplayer" wmode="transparent" menu="false" Estava sentada, lutando contra o sono que a livraria de toda aquela dor de cabeça, quando ele se aproximou. Ela não fez nada, apenas continuou do mesmo jeito que estava, e até tentou sorrir. Entretanto, o que tinham entre eles era tão forte que assim que chegou perto o suficiente, perguntou o que acontecia e a abraçou. O abraço foi o suficiente para lembrá-la do quanto se importava com aquele homem que conheceu quando garoto, e fazê-la irromper em lágrimas silenciosas que só poderiam ser compreendidas pelos ouvidos dele. O que se seguiu foram troca
Remember, remember the fifth of november The gunpowder treason and plot I see no reason Why the gunpowder treason Should ever be forgot Today is the day, dear V .

- Minha filha?

Todo o brilho da Lua refletia-se no negro cabelo comprido e liso dela. Sua franja caída nos olhos os deixavam um tanto quantos místicos. Seus longos cílios protegiam seus rubis mais verdes que qualquer outros. Seu nariz era fino e alongado aristocratamente. Suas sobrancelhas eram razoavelmente finas e curvadas, dando-lhe um leve ar de tristeza que entrava em contraste com seu sorriso branco que se escondia debaixo de sua pinta no canto direito da boca. Deus, todo seu rosto. Seu pescoço tinha duas pintinhas que quase alcançavam o ombro esquerdo. Meus Deus, todas as pintinhas. Seus ombros eram magros e desciam por braços compridos e mãos alongadas com unhas bem pintadas debaixo dos vários anéis. Oh, os anéis... A maneira com que pegava o copo e o colocava na boca, a maneira com que engolia o líquido, a maneira com que devolvia o copo à superfície da mesa ao mesmo tempo que passava a língua discretamente pelo canto dos lábios achando que ninguém perceberia, a maneira com que rodava o anel

Menina Moça

Dá um pause rapidinho na playlist ali do lado pra poder ouvir isso aqui junto, tá? Se preferir, ouve antes prestando atenção e depois lê. Caso ainda não conheça a música, acho que isso é o melhor a fazer. Móveis Coloniais de Acajú - Menina Moça <\embed> src="http://www.mp3tube.net/play.swf?id=0b3e3fba4c5ecb9e1ba01ba47126144b" quality="High" width="260" height="60" name="mp3tube" align="middle" allowScriptAccess="sameDomain" type="application/x-shockwave-flash" pluginspage="http://www.macromedia.com/go/getflashplayer" wmode="transparent" menu="false" Assim que sua companhia foi embora, outra pessoa se aproximou: - Você já achou a saída? - Ainda não, esse labirinto é impossível! - É! Que ódio... - Nossa, não fala isso... Ódio é um sentimento muito forte... Percebeu que já tinham saído da sala de estar e estavam correndo pelo labirinto da fase final do Torneio Tribruxo . Enf
Realmente ainda não me decidi entre esperar que você perceba e eu mesma tomar a atitude. Acho que por enquanto a segunda opção é a mais atrativa. Natália Albertini.

Bicho Papão

Reinaldo passou a mão esquerda pela coxa da esposa e pouco abaixo da virilha, apertou-a. - Querido, espera eu colocar o Renato na cama, tá? - e beijou os lábios avantajados dele. Assim que ele a puxou para o colo, lambendo-lhe a nuca, a criança com a cabeça pendurada no outro braço do sofá abriu os olhos sonolentos e pôde ver, antes dos adultos perceberam sua presença não mais dormente, os pais se amassando, enquanto que seu pai, seu maior herói, seu maior exemplo, sussurrou audivelmente para a mulher em seus braços que não mais parecia sua mãe de tão descabelada e descoberta: - Eu vou te comer... Renato postou-se de pé num pulo á frente dos dois agora de olhos esbugalhados como um adolescente pego em flagrante enquanto pratica seu primeiro furto. A mãe tentou algo: - Neném, a mamãe e o pap... Antes que pudesse terminar, a criança teve seus olhos marejados. Prendeu o maxilar e fechou as maozinhas como o faria um advogado orgulhoso que perde o melhor caso de sua vida. Fez um beicinho e

Mãe, me deixa tirar uma foto?

- Natália, vem aqui falar tchau pra vó! - gritou minha mãe. Com um impulso, fiz a cadeira girar sobre os próprios pés e me levantei, indo de encontro á minha avó, postada em frente à porta de meu quarto. - Tchau, vó, parabéns de novo e boa viagem. Assim que chegar lá em Curitiba, liga pra avisar, tá bom? - Tá bom. Obrigada por tudo. Fica bem ai. Acho que semana que vem a gente já tá de volta. Eu te amo. A partir dai, tudo o que eu suponho ter sido palavras e gestos saíram em forma de silêncio e imagem de câmera desfocada. Desde então meu chão tem relutado a voltar para sob meus pés. Natália Albertini.

Baunilha empoeirada

Sigur Rós - Salka <\embed> src="http://www.mp3tube.net/play.swf?id=6816d179f1efd85f5d56401caf339e32" quality="High" width="260" height="60" name="mp3tube" align="middle" allowScriptAccess="sameDomain" type="application/x-shockwave-flash" pluginspage="http://www.macromedia.com/go/getflashplayer" wmode="transparent" menu="false" Olhava pela janela. O dia não estava chuvoso nem nublado. O Sol brilhava com intensidade e fazia a temperatura alta a ponto de dificultar a respiração de alguns humanos. Voltou a cabeça para o colo e deu de cara com a foto que lhe impulsionou a realizar o ato anterior. A fotografia havia sido tirada num dia de uma grande tempestade, infelizmente não se recordava exatamente do que tanto ela e seus companheiros riam, apenas inundou-se de felicidade ao rever o retrato. O peso do grande álbum vermelho sobre as pernas cruzadas num nó lhe era praticament

Retrovisor.

Enquanto eu olhava pelo retrovisor, prestando imensa atenção no trânsito daquela estrada e falava sobre alguma amenidade, senti um toque suave em minha perna esquerda. Virei a cabeça para meu lado esquerdo e vi meu pai dirigindo, como sabia que o encontraria. Mas algo foi incomum. Ele trazia no rosto um sorriso definitivamente feliz e infantil. Enquanto uma das mãos segurava o volante e garantia que o automóvel continuasse na mesma direção, a outra tinha todos os dedos dobrados, exceto o indicador, uma vez que este apontava o velocímetro do carro. Antes mesmo de ele falar, meus olhos já estavam marejados: - Sua mãe fica louca quando faço isso nesse trecho da estrada... Sua felicidade era tão visível e infantil que me invadiu de forma completamente súbita. Não pude pronunciar quaisquer palavras, apenas soltei um pequeno riso, para ele entender que eu o havia escutado. Não precisava fingir nada mais, afinal ele não estava me olhando, o momento já havia passado com a mesma velocidade do c

Geometria

Em frente àquela boquinha perfeitamente desenhada, àqueles imensos olhos castanhos de cílios alongados e àquelas mãos pequenas e gordinhas que representavam Kyra, William teve vontade de explodir em lágrimas. Não por criar a criança sozinho, afinal aquilo era uma felicidade e tanto para ele. Mas, sim, por que, em momentos que lhe orgulhavam como aquele em que a menina acabara de fazer o primeiro desenho da vida dela - que, a propósito, só era bonito aos olhos do pai, quando olhava para o lado, Naomi não estava mais lá. O ângulo de visão da mulher jamais estaria novamente no mesmo plano que o seu. Natália Albertini.

Suspiro.

E lá no fundo, onde os olhos famintos por litoral não viam, a massa quente e azul engolia mais um coração entre o entardecer e os braços ondulados. Natália Albertini.

Rubis.

Imagem
  Amadeus Mozart - Lacrimosa - Requiem src="http://www.mp3tube.net/play.swf?id=851c93f4a5f7e120f1693058b8e83280" quality="High" width="260" height="60" name="mp3tube" align="middle" allowScriptAccess="sameDomain" type="application/x-shockwave-flash" pluginspage="http://www.macromedia.com/go/getflashplayer" wmode="transparent" menu="false" Remexeu-se e se ajeitou debaixo de sua capa rasgada para espantar o frio. Ultimamente, tinha acordado inúmeras vezes no meio da noite. Simplesmente parecia que aquele local não lhe era mais tão seguro. Nenhum lugar no mundo continuava a ser seguro para os desfavorecidos economicamente. A barba estava mal feita, sua calça, rasgada, e o cabelo cobria-lhe o campo visual, mas ainda assim podia ouvir e enxergar muito bem. Recostou a cabeça na parede e semicerrou os olhos, deixando apenas uma pontinha aberta. Percebeu uma sombra na janela da direit

Telefone.

Acho que, agora, apenas me basta que meus amores lembrem de mim como sou. Seja quando criança, arranhando-me as pernas por pura raiva, seja agora, imitando e dançando com os comerciais de shampoo, ou seja quando adulta, segurando meus gêmeos e ninando-os. Acho que, agora, apenas me basta um bom banho para esconder meus soluços. Acho que, exatamente agora, simplesmente me basta minha força adicionada à memória de você. Eu ainda te amo com todas as minhas forças e, onde quer que você esteja, sempre levarei comigo teu brilho. Obrigada por tudo. Não, não sei do que se trata. Simplesmente fechei meus olhos e isso acabou de sair. Acredite, a vontade de postar para que mais tarde possa ler é mais forte que eu. Natália Albertini.

As estrelas brilham para nós, querida.

Vanessa Carlton - Hands On Me <\embed> src="http://www.mp3tube.net/play.swf?id=7a220fa8c7e465e994b0e8d8794b3647" quality="High" width="260" height="60" name="mp3tube" align="middle" allowScriptAccess="sameDomain" type="application/x-shockwave-flash" pluginspage="http://www.macromedia.com/go/getflashplayer" wmode="transparent" menu="false" - E todos os nossos momentos desde que nos conhecemos? - Que tem eles? - Nós os deixaremos pra trás? - Acho que eles já fizeram isso antes da gente. - Mas... - Seria demais se eu te pedisse para não insistir? - Seria. Estaríamos jogando fora mais uma chance! - É, realmente... É isso. Mais uma... Mais uma chance. Quantas nós já não tivemos? - Aonde você quer chegar? - Quero chegar em casa – ela afastou-se dele, soltando seu braço. - Você me entendeu... - É, por um certo tempo, entendi. E acho que te entendo. Sabe, eu tinha essa mentalida

Amável H.

A cadeira rangeu ao ter aproximadamente 49kg depositados sobre si. Suas rodas lideraram o frágil corpo feminino de encontro à mesa ebúrnea. As mãos apáticas e de unhas roídas percorreram o marfim em busca da régua. O envelope oficial reclamou ao ser aberto, incomodando os pequenos ouvidos da mulher. Enquanto bombas caíam detrás da janela, o telegrama finalmente deixou seu abrigo pardo e transmitiu a informação. Os olhos abatidos de Helga finalmente se depararam com o sangue e as balas legíveis. Natália Albertini.

Café da Tarde.

Luz. Fefê corre pelo quintal de minha mãe. Seu cabelo castanho fixa-se em sua testa e em suas bochechas rosadas. Seu cadarço esquerdo está desamarrado. - Fê, deixa a mamãe amarrar seu cadarço - estico os braços para minha criança. Cílios. Treva. Luz. - Mamãe! - o mar salta-lhe pelos olhos e pela garganta, molhando o chão, agora mais próximo. Natália Albertini.

Feriado.

A água límpida e azulejada de cor azul piscina movimentava-se de maneira sutil. Sua superfície era salpicada por gotículas celestiais. O chão liso e escorregadio também recebia sua parcela de líquido transparente. O copo de vidro debaixo de guarda-sol fechado tinha seu álcool agitado pela chuva e pelos estrondos sonoros de inúmeras vozes italianas que vinham da varanda, onde se divertiam sem culpar a tempestade por molhar a carne e o carvão. Natália Albertini.

Antídoto.

A caneca gorda e hialina em cima do balcão havia sido esvaziada brutalmente. Restavam apenas alguns resquícios do líquido amarelo e espumante, que se esvaía gota a gota . A lâmpada fluorescente ao lado do refrigerador, fraca, reclamava, incessante. Em cima da mesa verde aveludada, uma mancha escura e pegajosa. A bola oito tinha uma terceira cor: o vermelho escuro. Um pedaço do couro do casaco da criatura notívaga foi esquecido ao pé da mesa, ao lado do taco. O plasma gotejava da rede com bolas no mesmo ritmo da bebida de cevada a três metros e meio; seus barulhos, entretanto, não se misturavam, muito menos seus cheiros. A mancha era iluminada em intervalos regulares pela luz vermelha e gritante que vinha da frente do tumulto de curiosos fora do bar da Avenida São João. Natália Albertini.

Balões.

O azul bebê da porcelana amenizava a máscara carregada da moça. O lápis de olho tilintou ao deitar ao lado da torneira. Logo depois, o batom escorregou pia abaixo, sendo então freneticamente procurado pela mão de unhas bem feitas. O espelho foi cúmplice do disfarce. Natália Albertini.

Bigodes de Sabiá.

A janela deixava passar, por uma fresta, o amarelo necessário para clarear o cômodo. A persiana branca batia sutilmente contra o vidro, embalada pela calmaria das cinco da tarde daquela primavera. A coberta florida pendia da cama num de seus cantos, subindo e descendo no mesmo ritmo da cortina, bem como se moviam os finos e escuros fios de cabelo que descansavam sobre a boca de Bianca, envolta por piados amarelos e serenos de bem-te-vi com patas de gato. Natália Albertini.

Via Láctea.

A cama coberta de laranja teve seu espaço reduzido e o edredon pareceu menor do que nunca. As barrigas subiam e desciam de maneira ritmada e tranqüila, mas um pequeno emaranhado de cabelos negros e pele branca no centro da cama quebrava aquele ritmo. O pequeno espaço entre os pais era suficiente para proteger o menino dos monstros peludos e de um olho só que o atormentavam na imensidão azul de seu quarto iluminado apenas pela luz amarela recortada e interrompida por dinossauros e estrelas. Natália Albertini.

Grão.

Sobe e desce. Abre e fecha. Aberta, a máquina deixa passar o jato de água fervente que chia e estala no fundo da porcelana. Fechada, as bolhas minúsculas, beges e melhores amigas se acoplam ao plasma preto com cheiro de grão, e, juntos, pressionam a comporta para que abra novamente e, mais uma vez, tinja outra língua com seu sabor. Natália Albertini.

Açúcar Refinado.

Imagem
As persianas balançavam levemente e batiam de maneira cautelosa contra o vidro da janela. Havia uma razoável claridade banhando o quarto, mas nada em exagero. O silêncio na casa era grande, uma vez que o almoço um tanto quanto pesado colaborou com o hábito de dormir da família dele. A refeição tinha sido uma delícia, muita variedade e um ótimo tempero. Mas, ainda assim, o que mais a alegrava não era a refeição e sim o fato de estar namorando aquele menino havia alguns anos e de que a cada ano eles melhoravam, amadureciam e cresciam juntos. A simpatia de toda a família dele por ela a enchia de satisfação e gratidão. Quando menor, sempre imaginava se algum dia teria um namorado que valesse a pena, que conhecesse toda a família dela e ela, a sua; que tivesse uma relação madura etc. E nessas ocasiões, percebia que sonhos viram, sim, realidade. A satisfação de ter realizado aquele desejo era imensa, mal podia ser compreendida pela menina. Entretanto, havia uma felicidade e uma satisfação a

Luz

- Por favor, não me deixa. Não agora. - Se fosse em qualquer outro momento, eu poderia? - Não. Não... Não me deixa, não me deixa. - Não posso mais olhar para você. - Pelo amor de Deus! Claro que pode! Olha, eu estou bem aqui! - Você está sumindo da minha vida. - Por Deus, não me deixa! Fala comigo! Fica aqui! Não me deixa! - Não tenho mais forças... - Oh, Deus, oh, Deus, Deus, Deus! - Não me acompanha, os... A carne amoleceu-se, o plasma esfriou e as duas últimas borboletas se libertaram. E aos fundos podia-se ouvir alguém gritando "chamem uma ambulância!". Não sabiam ao certo se era uma ou duas vidas em questão. Um curtinha pra vocês, Natália Albertini.

Fase de porcelana.

  Boys Like Girls - Thunder src="http://www.mp3tube.net/play.swf?id=efedf340bb1bb44f695eefe7fb17bd33" quality="High" width="260" height="60" name="mp3tube" align="middle" allowScriptAccess="sameDomain" type="application/x-shockwave-flash" pluginspage="http://www.macromedia.com/go/getflashplayer" wmode="transparent" menu="false" Dalila se esticou para alcançar o armário da cozinha. Assim que conseguiu, pegou dois pratos e fechou a portinha . Numa das belas peças de porcelana, colocou macarrão talharim e, por cima, bastante molho branco. Na outra, colocou praticamente o dobro de comida. Assim que terminou, levou os pratos para a mesa já arrumada e os posicionou frente a frente. Voltou ao balcão e da primeira gaveta da esquerda tirou dois garfos. Enquanto fechava a gaveta com a perna e se virava de volta para a mesa, gritou: - Guilherme, vem comer! O barulho dos degraus lígneos

Eu não demoro.

Sentou-se no banco frio de pedra escura com os dois pés no chão e os joelhos flexionados. Com a mão esquerda tirou o velho chapéu marrom que tinha o mesmo tom da calça e era um pouco mais escuro que a camisa. Após ter deixado o acessório a seu lado no banco, passou a mesma mão pelo cabelo, ajeitando os fios que, apesar de terem sido fixados com gel, haviam levantado. Seu cabelo era grisalho e liso, sempre penteado para trás, longo apenas o suficiente para alcançar-lhe a nuca. A grama, que, a propósito, era mais verde ali que em qualquer outra parte do grande espaço, podia sentir o cuidadoso toque do solado do sapato marrom escuro do ancião. A grande árvore que envolvia aquela pequena região em sombra era capaz de sentir o sutil cheiro de muito escasso suor que brotava na raiz do algodão. O homem não suava de calor, mas, sim, de nervoso. Apesar de tantos anos juntos, sempre ficava apreensivo quando ia falar com a mulher. Suspirou de forma completamente profunda e passou as mãos pela

Prince Charming(o modelo do fotolog ao lado)

Eu adoro quando os pensamentos da madrugada me invadem,realmente.Eu fui ver meu horóscopo no site da capricho e aí acabei me desviando totalmente do que queria ver.Achei várias matérias,sobre from uk,sapatos,os mais badalados estilistas e blablabla.Uma delas era sobre modelos que tê, fotolog.A matéria falava um pouco sobre os garotos e dava o endereço dos fotologs deles.Curiosa que eu nasci,claro que bisbilhotei o fotolog de alguns e até comentei em uns dois acho.Mas sabem,isso me faz pensar em como nós,meros mortais,somos tão próximos e tão distantes uns dos outros.Pensem bem,garotas,vocês olham um garoto daqueles e pensam consigo mesmas: 'meu deus,se eu tivesse um cara desses na minha vida...'Aí,nesse mundo injusto,claro que há chances de você ter um cara daqueles algum dia,mas elas podem ser quase remotas.Mas bem que Deus devia ter fabricado um para cada uma de nós.Você comenta no fotolog do cara e fica esperando ele responder.OKAY,TE DOU UMA GRANA PRETA se um cara daqueles

A Sutileza do Amarelo e do Laranja

O céu estava claro e algumas poucas nuvens cobriam a luz direta do Sol, mas nada que fizesse o dia escuro. Nathalie tinha a pequena menina loira no braço direito e a mão do pequeno menino ruivo apertada em sua esquerda. A bolsa preta e grande, cheia de meias, luvas, pomadas, papinhas, colheres, papéis, canetas, agenda, maquiagem, óculos e presilhas, estava pendurada no ombro esquerdo, querendo cair, uma vez que o braço a puxava para baixo com a força de todos aqueles vinte e três quilos brancos e laranjas. O cabelo castanho claro estava solto e só continuava ajeitado graças aos óculos solares no topo da cabeça. A consulta ao pediatra tinha sido tranqüila apesar de alguns imprevistos como a troca de fralda de última hora da menina. Ambas as crianças estavam perfeitamente bem de saúde. Apenas as levou por uma questão de rotina e segurança. O casalzinho hoje estava simplesmente impossível. Completamente ativos. “Hiperativados”, como dizia a jovem mãe. Estava a duas quadras do quitanda, on