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Mostrando postagens de novembro, 2008

Outback

Um bar sofisticado, com taças, copos e bebidas diferenciados. Dois rapazes estrangeiros se divertindo com alguma observação do bartender. Um chopp para cada um deles. Dois tons de azuis, um em cada camisa. Uma alianças escondida em cada bolso traseiro das calças jeans. Dois olhares atentos, famintos e adúlteros sobre as moças do outro lado do bar. Um casal por trás de uma mesa de madeira escura. Uma moça procurando algo atrativo no cardápio. Um rapaz, embora abraçado à moça, lançando um olhar lupino e infiel a uma jovem que passava no corredor ao lado com um shorts não muito comprido e de corpo atraente. Uma senhorita esticando o pescoço por sobre o encosto do banco para olhar o atendente alto, de ombros largos, loiro e de olhos azuis que trajava um uniforme amarelo e limpava a mesa ao lado. Juro que acho que eu realmente me apaixonei por ele... Ps.: Hehe...besteiras avulsas. Natália Albertini.

Workaholic.

Pietro desceu as escadas correndo, esperando encontrar a avó a lhe esperar com a intenção de levá-lo até em casa. Entretanto, o que, ou melhor dizendo, quem encontrou superou toda e qualquer expectativa, exaltando-o em felicidade. A mulher que o esperava era relapsa, negligente. Era alta, esbelta e com cabelos vinho. Era devota ao seu trabalho (e, se me é permitido dizer, aparentemente só a este). Não se deu ao trabalho de levantar ou de olhar aos olhos do menino que se espantou ao vê-la. Apenas o olhou desanimada, suspirou e pensou consigo mesma que precisava de férias de tudo aquilo, ou simplesmente precisava voltar ao trabalho. Os gritos do menino podiam ser ouvidos por toda a escola. - Mãe! Mãe! Mamãe! Mamãe, mamãe, mamãe. Mãe! Olha, Vê, essa é minha mãe! - apresentou-a ao coleguinha com um sorriso enorme estampado no rosto e voltou a olhar encantado para a mulher á sua frente, enchendo-a de beijos e abraços. Assim que conseguiu se livrar de tudo aquilo, a mulher se pôs de pé e seg

Só um minuto, John.

O ônibus estava razoavelmente espaçoso, isso é, ninguém era obrigado a ficar de pé. Nos quatro últimos assentos do lado direito, logo à frente da porta traseira, sentavam-se duas moças e duas mulheres mais velhas. Estas últimas sentavam logo antes da porta. Já aquelas, um banco à frente. Os fones serviam de ponte para John Mayer alcançar a mente da moça mais jovem, sentada ao corredor. A que estava ao seu lado babava no vidro, profundamente adormecida, quando o diálogo das mais velhas chamou a atenção da mais jovem das quatro: - Ééééé, dizem que a vida começa aos 40. Acho que têm razão. Porque a minha começou mesmo... Começou a piorar! - e riu, acompanhada da colega ao lado, que prosseguiu a conversa. - Pois é, depois dos 40, os "gistas" despencam em cima da gente, né? É cardiologista, oftalmologista, nefrologista, otorrinolaringologista (não que ela pudesse realmente pronunciar isso, mas tentou ao máximo), neurologista, pneumologista, reumatologista... - É, e por ai vai... J

Joaninha

Com mais um de meus intermináveis períodos dionisíacos, tenho chorado até sentir a garganta implorar-me para parar, meus olhos me dizerem que não têm mais água e minha barriga se contrair. Tenho feito caretas para a vida, ainda que com o Sol brilhando lá fora. Hoje uma joaninha pousou em minha blusa. Eu a peguei na mão e depois de alguns segundos, ela bateu asas e levantou vôo. Acho que minhas lágrimas abrangem isso também. Eu não tenho do que reclamar da minha vida. Não derramo água salgada por ingratidão ou, como eu mesma digo, bichisse. Acho que é apenas medo. Medo de perder tudo de uma hora pra outra. Medo de perder todos de uma hora para outra. Esse final de ano talvez represente pra mim muitas mudanças, e eu tenho muito medo disso, afinal, estarei entrando num último ano de uma trajetória longa que foi acompanhada por pessoas muito especiais. Mais um ano vai se passar e todos vão continuar envelhecendo. E, meu Deus, que medo que eu tenho de perder vocês. Que medo que eu tenho de,

The sweetest thing.

Sigur Rós - Salka <\embed> src="http://www.mp3tube.net/play.swf?id=6816d179f1efd85f5d56401caf339e32" quality="High" width="260" height="60" name="mp3tube" align="middle" allowScriptAccess="sameDomain" type="application/x-shockwave-flash" pluginspage="http://www.macromedia.com/go/getflashplayer" wmode="transparent" menu="false" Estava sentada, lutando contra o sono que a livraria de toda aquela dor de cabeça, quando ele se aproximou. Ela não fez nada, apenas continuou do mesmo jeito que estava, e até tentou sorrir. Entretanto, o que tinham entre eles era tão forte que assim que chegou perto o suficiente, perguntou o que acontecia e a abraçou. O abraço foi o suficiente para lembrá-la do quanto se importava com aquele homem que conheceu quando garoto, e fazê-la irromper em lágrimas silenciosas que só poderiam ser compreendidas pelos ouvidos dele. O que se seguiu foram troca
Remember, remember the fifth of november The gunpowder treason and plot I see no reason Why the gunpowder treason Should ever be forgot Today is the day, dear V .

- Minha filha?

Todo o brilho da Lua refletia-se no negro cabelo comprido e liso dela. Sua franja caída nos olhos os deixavam um tanto quantos místicos. Seus longos cílios protegiam seus rubis mais verdes que qualquer outros. Seu nariz era fino e alongado aristocratamente. Suas sobrancelhas eram razoavelmente finas e curvadas, dando-lhe um leve ar de tristeza que entrava em contraste com seu sorriso branco que se escondia debaixo de sua pinta no canto direito da boca. Deus, todo seu rosto. Seu pescoço tinha duas pintinhas que quase alcançavam o ombro esquerdo. Meus Deus, todas as pintinhas. Seus ombros eram magros e desciam por braços compridos e mãos alongadas com unhas bem pintadas debaixo dos vários anéis. Oh, os anéis... A maneira com que pegava o copo e o colocava na boca, a maneira com que engolia o líquido, a maneira com que devolvia o copo à superfície da mesa ao mesmo tempo que passava a língua discretamente pelo canto dos lábios achando que ninguém perceberia, a maneira com que rodava o anel