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Ecos

Quando eu o vi, eu não sabia. Eu não sabia. Não tinha como saber - eu nem o conhecia. Também se conhecesse, não sei dizer se o haveria reconhecido. A escuridão era rasgada por raios roxos, verdes e vermelhos intermitentes, acompanhando sons profundos e graves que vinham do palco. A música que vinha de lá não era muito inteligível, mas o modo como Alma mesclava a guitarra e vocais aéreos com ecos e algum teclado tornava tudo um pouco onírico. As cordas da guitarra rebombavam nas caixas de som e faziam meu peito afundar. Foi ali, recostada a uma parede bem ao fundo, que o vi. Ele era baixo. Tinha a cabeça recém-raspada, orelhas meio protuberantes e ombros tensos. Eu não sabia o que lhe passava pela cabeça. Ele pediu uma cerveja e se encostou no bar, um pouco à minha frente. Pude ver que ele tinha uma barba rala e bem loira, mal se distinguindo de sua pele tão branca. Tinha um nariz meio comprido e dedos curtos, se agarrando ao copo de pint. Eu sinceramente não sabia que ele se sentia daq