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Mostrando postagens de agosto, 2010

Untitled.

I miss you so freaking-damn-fucking much. Once again. And forever. Ps.: Centenas de textos se formaram em minha mente, pensei em escrever muito e pouco sobre coisas várias, mas há sempre uma mesma inquietação que fica aqui, me cutucando. Portanto, esta é uma noite inútil. Não escrevo, não leio, não canto, não me mexo, não te esqueço. Ps2.: And I keep wondering why, keep forbidding my lips to say goodbye. Natália Albertini.

Lost wings.

Eu aqui passando as fotos do dia de hoje, clicando vagarosamente nas setas do teclado. Abro a pasta de todas as fotos depositadas na câmera, decido ver as do último Natal, já que a primeira delas parece tão feliz. De repente, um murro em minha cara, me enchendo a boca de sangue. Uma foto da tia ao seu lado. Você, atrás dos seus óculos, com sua camisa listrada e sua blusa de lã por cima, sentado no seu lugar de patriarca da casa tão costumeiro. E a tia ali, ao seu lado, como sempre. Você sorri com os olhos e com os lábios, e tem as mãos entrelaçadas, como bem as lembro. Um chute em minhas costas, me empurrando abismo abaixo. Recordações e pesares rodando em minha mente. Eu caindo. Inconformada, tento entender que você, nunca mais. Que sua casa, talvez, nunca mais. Mas nada disso faz sentido, nada disso tem a ousadia de tomar forma em minha mente. Nada. Nunca. Eu caindo. Vontade de pegar o cortador de unhas, te fazer sentar à varanda, tirar seus chinelos e lhe cortar as longas unhas. Von

Mente indisciplinada.

O grupo postou-se à frente da sala em função da apresentação do trabalho. Uma das garotas começou com: - Então, nós vamos falar sobre... Meu cenho se franziu. Divaguei. Tá, eu sei que é informalidade, mas ué, mas ela ainda não tinha falado nada. Como é que fez uso duma conjunç ão conclusiva se ainda não tinha nada para concluir, muito pelo contrário, ia ainda iniciar?! Ela prosseguiu: - O anúncio é muito claro e possui algumas ambiguidades. Não, calma... Ela opôs duas ideias, certo? Então a conjunção não deve ser aditiva, mas sim adverstiva, já que ela propôs uma antítese. Não, um paradoxo. Não! Um oxímoro! Ai, credo, Natália, chega. Você já passou no vestibular. É, chega, chega! CHEGA! - O anunciante também faz uso de metáforas... Metáfora! Figuras de linguagem, ... Ps.: dedico este à Bebê! :D Natália Albertini.

Meus lânguidos azulejos.

O astro-rei lambia languidamente os azulejos vermelhos do chão. As quatro meninas sentavam-se ali, rodeadas por sorrisos e memórias poeirentas. Uma de óculos e anel, outra de rasteirinha e regata branca, outra de chinelo e franja abrangente, e uma outra de unhas douradas e bermuda. A névoa de domingo à tarde as rondava. A parede imperfeita servia de apoio para aquelas colunas ainda não inteiramente estruturadas. Falavam e riam, calavam e sorriam. Externa e internamente. Sorrisos de almas velhas em corpos jovens. Memórias de almas jovens em corpos velhos. Não precisavam sequer se tocarem para se darem por conta da conexão ali presente, tão palpável. Mais um domingo à tarde, depois do almoço. Mais um. Mais. E mais. Natália Albertini.

Mouth-watering.

Belas e longas pernas cruzavam-se, realçadas pela saia curta, preta. Nos pés, botas de altos saltos e cadarços de veludo. Grosso e charmoso coque no topo da cabeça. Nas mãos, um dry martini. Nos olhos, o outro sofá. Os sofás eram ainda mais escuros à rara iluminação do local, baseada principalmente em vermelho e roxo. As batidas da música faziam tremer as paredes, arrancando pequenos pedaços de reboco. Seus olhos eram fixos nele. O rapaz conversava com um dos amigos. Ele tinha os jeans meio rasgados, os tênis de couro, a camisa xadrez meio aberta e aquele pescoço tão lascerante aparecendo, sustentando um dos mais belos rostos já vistos, um maxilar invejável. Ela o encarava, sem sequer tomar outro gole do copo. Ele a viu, encarou-a de volta, enquanto entornou a garrafa de cerveja naqueles lábios tão carnudos. Seu olhar ainda era fixo. Fixo naquela carne cervical que latejava em calor e sangue. Um sorriso beirava o canto de seus lábios, tão úmidos quanto os dele. Os ombros dele esticavam

Eterno véu.

Ainda tenho na ponta dos dedos a memória de sua unha rachada ao meio, no polegar esquerdo. Você com aquele rosto limpo e lívido, de olhos fechados e lábios selados. Aquele estúpido véu te cobrindo. Aquelas velas. Aquelas pessoas. Toda aquela solenidade. Toda a minha vontade de arrancar esse estúpido véu e agarrar seu corpo, gélido, com força. Te segurar aqui comigo. Pra sempre. E então aquela mulher chegou e se apresentou como sua amiga, logo dizendo: - Ele falava tanto de vocês, netas dele... Quando ia chegando perto do aniversário de vocês, ele se corroía em indecisão, falava que não sabia o que dar, que ia acabar dando dinheiro, mesmo... Minhas pernas fraquejando. Minha visão embaçando. Meu peito se contraindo em oceanos. Esse véu nos separando. Pra sempre. Ps.: por quê? Natália Albertini.

"The tears come stream and down your face, when you lose something you can't replace, when you love someone but it goes to waste. Could it be worse?"

Enquanto tento escrever algo que de mim não quer sair, sinto meu avô aqui ao meu lado, inclinado sobre mim, tentando ler a tela do computador, me perguntando sobre os sites e como consigo digitar tão rápido. Sorrio de canto e olho, por debaixo de seu corpo, para o corredor, à esquerda. Vejo meus primos e eu, pequenos, correndo e rindo. Em seguida eles passam pela janela deste quarto, à minha direita, fazendo a cortina balançar sutilmente. Memórias desprendidas dos acolchoados da sala, floridos. Dos porta-retratos na estante, da TV ligada, do tapete e da mesa de centro que sempre deixa ser posto sobre si um um vaso de belas orquídeas ou margaridas. Lembranças do espelho de corpo inteiro do corredor, do enorme e branco banheiro com a abertura escura e sombria para o telhado. Recordações dolorosas e coloridas da cozinha que, tão grande, sempre acolhe a família em datas comemorativas, da tesoura escondida atrás da cortina, da geladeira sempre cheia de guloseimas, iogurtes, dos armários, do

Arranca esse anel

De ombros largos e cabelo claro e bagunçado. De olhos claros e dedos compridos. De costas longas e de boa postura. De sorriso avassalador e tênis de couro. De aliança. De me dar vontade de jogar essas maçãs carameladas nas suas costas e... Ps.: Why tha fuck every single time I got to Outback I fall in love?! x.x' Natália Albertini.