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Mostrando postagens de julho, 2017

Clareia

Leve abrir dos olhos. Gosto de cerveja ainda na boca. Inspira. Expira. O dia já vai claro, mas a noite de ontem ainda parece próxima. Rasa tontura Ele respira também, profundo. Seu peito sobe, e desce, junto com minha cabeça. Abro mais um pouquinho os olhos. Meu nariz encosta seu queixo. Inspiro mais uma vez. Beijo seu ombro, me aninho melhor, beijo seu pescoço. Não há melhor manhã que essa.

Vá.

A cabeça era um espiral só. Uma névoa tão grande por detrás dos olhos que mal se via no espelho que ficava à sua frente. Sentada na cama, ainda lhe parecia que faltava o chão. Os mesmos questionamentos, todos os dias, pelo milésimo dia consecutivo. Por quê? Pra quê? Pra quem? Até quando? Já não aguentava mais. Pois levantou-se num impulso único, deu seus passos pesados, passou a mão na chave do carro e na jaqueta, e bateu a porta atrás de si. Foi-se.