Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Estrógeno versus razão.

Sucesso

     - Júlia! Ela se virou enquanto desligava a tela da sala de reunião e fechava seu computador, apressada para a próxima reunião.      - Ah, oi, Ana, tudo bem? - se encaminhando para a porta.      - Tudo! Eu só queria te dizer que achei sua apresentação ótima. Você finalmente provou pra aquele tonto que essa é a melhor opção.      - É… - ela riu de leve - espero que sim. Ele é mesmo um tonto, né?      - Ah… E como! - Ana bufou - Fique tranquila, você não é o único alvo. Todas nós somos. - e deu um tapinha nas costas de Júlia - Bom, te vejo por aí!      - Até mais! Enquanto se encaminhava à próxima sala de reunião, Júlia segurou um sorriso,  pensando como isso era engraçado. Como podia ser normal que um homem agisse de maneira tão esdrúxula e ainda assim fosse o mais jovem diretor da empresa, com promoção atrás de promoção, mesmo seu comportamento sendo reconhecidamente arrogan...

Chantilly.

- Só um pouco, tá? - Tá - ela disse, risonha. Ele trocou de marcha e abriu a boca, com a atenção ainda voltada para os carros à frente. Ela chacoalhou a embalagem cilíndrica que tinha em mãos, sorrindo, e a aproximou dele. Pressionou a válvula e encheu a boca do rapaz de chantilly ao ponto de ele não conseguir falar. Jogou a cabeça pra trás, rindo, deleitada com a brincadeira. Ele não conseguia engolir o leite batido de tanto que ria com ela. Seus olhos eram escuros, e ele os apertava quando ria. O sorriso dele era tão doce e espontâneo que a dava ainda mais vontade de continuar rindo. E de continuar ali, naquele carro, fazendo-o rir por muito tempo, até que os abdômes e os maxilares começassem a doer. E até que não houvesse mais asfalto para cobrirem. E até que não houvesse mais nada. Só eles e suas bocas cheias de chantilly . Natália Albertini .

Suculenta

Ela começou a se vestir: pôs a calcinha e a saia branca de pregas. Ele a admirou por um tempo, ainda deitado, com os cabelos da nuca encharcados. Levantou num ímpeto e postou-se de pé, nu, em frente a ela. Enlaçou-a pela cintura e olhou o reflexo dos corpos dourados colados no espelho à direita deles. Os cachos compridos e claros cobriam os seios bem definidos dela. Ela encarou o reflexo dele. Os olhos do rapaz percorriam suas coxas, cintura e seios, ainda faminto. Por fim fixou-os nos olhos dela, acinzentados. - A gente forma um casal bonito - ele deixou escapar. A palavra "casal" não lhe causou arrepios como antes. Sorriu mediante aos desejos dele. Ele jamais a teria, ela era inatingível, e era isso que a tornava tão suculenta. - Claro que forma - ela respondeu numa voz rouca e em lábios avermelhados e aveludados. Beijou o queixo robusto e barbado dele. Os olhos dos dois reflexos não se desgrudavam, vítreos. Hipnotizado. Mais um. Ela engoliu a própria saliva, que, ao escorr...

Costas.

Seu próprio reflexo a encarava do espelho. Os cabelos caíam mais de um lado. Ele, com a cabeça abaixada, mordia de leve seu ombro, por detrás dela. Os corpos pressionavam-se um contra o outro. Uma das mãos dele apertou-lhe o seio esquerdo com enorme força, fazendo-a fechar os olhos com intensidade e arquear os lábios sobre os caninos. Quando se recuperou da onda de calor e do arrepio, voltou a olhar para o espelho. Encontrou os olhos esverdeados dele a fitá-la fixamente. Tudo o que via no reflexo era seu corpo, até a faixa do umbigo, e, por trás de si, os olhos dele sobre seu ombro, seus braços que passavam por sua frente, beliscando uma ou outra parte de sua cintura, e suas pernas, por fora das suas próprias. As batidas da bateria e as cordas gritantes de guitarra berravam nas caixas de som. O quarto era envolvido em penumbra. Ele ergueu o rosto e mostrou o maxilar bem aberto, de dentes bem formados. Ela ergueu o cabelo, levou a mão esquerda dele a seu seio e o induziu a apertá-lo com...

Antebraço.

Ele se escorava à porta do carro, de vidros escuros e intransponíveis, no banco couriáceo traseiro. No meio de suas pernas abertas, as costas dela escoravam-se em seu peito desnudo. A cabeça de cabelos longos pousava em seu ombro esquerdo. As mãos dela lhe beliscavam a perna e lhe puxavam os cabelos da nuca. Ele tinha antebraços fortes e braços mais fortes ainda. Uma de suas mãos apertava o peito esquerdo dela, por baixo da camiseta. Ela abriu os olhos por alguns instantes. Olhou o volume que a mão dele fazia sob a camiseta. Seus olhos continuaram a descer. Viu seu abdôme desnudo, com um antebraço dourado, de veias visíveis, com um pulso largo e pesado, adentrando-lhe a calça, pressionando-lhe mais abaixo. Respirou fundo e fechou os olhos novamente. Ele lhe sussurrou alguma indecência ao pé do ouvido. Seu peito subiu. O arrepio desceu. Ps.: tava faltando uma baixaria aqui, né? Natália Albertini.

Aterrisagem de emergência.

Respirei fundo. Cerrei as pálpebras, certa de que um oceano me subiria aos olhos. Errei. Não subiu. Inspirei mais uma vez e soltei o ar devagar. A consciência de que toda a euforia das últimas semanas foi mera ilusão pesa sobre meus ombros. Pode ser que amanhã eu acorde e me iluda novamente, pode ser que ache que estava louca hoje, assim como neste momento acho que ontem estava maluca. Nesse pequeno e novo âmbito da minha vida, o qual me recuso a nomear, as tentativas têm sido em vão, tudo ainda me parece artificial e sempre sinto que o universo não me dá em troca com tanta paixão quanto eu. É, e mais uma porta se fecha. Dizem que deve-se tentar todas as portas, afinal, uma delas há de estar aberta. E se eu não quiser isso? Acho que por enquanto tenho a simples vontade de continuar nesse corredor imenso sem forçar qualquer maçaneta. Detesto acima de tudo meus momentos de desilusão e aterrisagem no mundo real como este, mas me são naturais e intrínsecos. De teimosa que sou, sigo desilu...

De ponta-cabeça.

Ele forçava suas pernas para fora. Ela apoiou-se sobre os braços na pia e envergou o pescoço, deixando a cabeça cair pra trás, encarando seu reflexo embaçado de ponta-cabeça. A pressão no meio de suas pernas fazia a parte inferior de sua virilha se esquentar surpreendentemente. Deixou a cabeça cair ainda mais e então o viu. Ela sentia o peito dele roçar sua cintura e seu abdôme. No reflexo, viu aqueles olhos manchados de vermelho e aquela boca com dentes sujos de visco rubro escalando o meio de seus seios. Ele fincou os caninos ali e fez o sangue escorrer por seu corpo desnudo. Ela não conseguia levantar a cabeça. A sensação simultaneamente gelada e quente a dominava, deixando-a mole. Apertou os próprios olhos e ficou vendo o reflexo ensanguentado e de cabeça para baixo comer-lhe. Natália Albertini.

Haven't Met You Yet.

A garoa caía fina na estrada. O interior do carro era aconchegante e habitado apenas pelas melodias cantaroladas de Michael Bublé . Ele dirigia com uma mão só, enquanto que com a outra, ao trocar de marchas, sutilmente acariciava a perna esquerda dela, em profunda afeição, sem precisar lhe olhar às íris. Ela tinha a cabeça encostada ao banco, virada para a direita, olhando a via bem pavimentada, os carros a serem ultrapassados por ele, sibilando a letra das músicas. A água batia de leve aos vidros. O trânsito parou. Ele diminui a marcha e freou levemente. Cada um olhava para um lado da estrada. Quem os visse de fora diria que estavam brigados, que não se falavam naquela noite chuvosa. Por dentro, contudo, a mão dele sobre a coxa dela. E a mão dela sobre a dele. Natália Albertini .

Cevada

Abriu a lata de cerveja: infortúnio. A maldita estourou em suas mãos, esparramando aquela espuma ansiosa pelo chão, sujando-lhe os dedos, melecando -os. Os amigos zombaram dela e ela, despreocupadamente , riu junto. Colocou a lata no banco ao lado, pedindo para que jogassem fora, e foi ao banheiro lavar as mãos agora lambuzadas. Empurrou a porta do estreito e mal iluminado metro quadrado que se tinha a pachorra de ser chamado de banheiro ali, à procura da pia. Antes que conseguisse enfiar-se dentro do pequeno local, outro corpo colou-se ao seu e a empurrou, fechando a porta atrás de si. Ela foi prensada contra a bancada da pia, seus ossos à cintura, do quadril, pressionados contra a pedra fria, seu rosto de frente para o espelho, ao lado do dele. Ele era mais alto e mais forte. Com uma das mãos lhe segurava pelos cabelos e com a outra, trancava a porta. Ela sorria, os olhos já semi-cerrados devido ao álcool. Ele tinha os dele completamente fechados, envolto na atmosf...

Sardas.

Saia de cintura alta, camiseta de manga três quartos, botinas e jaqueta de couro, bolsa tamanho exagerado, óculos escuros, fones de ouvido brancos e livro numa das mãos. Eu ouvia Vampire Weekend , entretida. Olhos. Olhos à minha cintura. Detectei-os à minha esquerda. Com os pés fixos ao chão do metrô em movimento e uma das mãos segurando firmemente um apoio, virei o rosto para a fonte dos olhos. Nada. Ninguém me olhava. Os olhares pareciam ter vindo de um corpo masculino bem formado aos ombros e ao ( hmmm , e que ) pescoço e de um rosto incógnito, já que a cabeça estava abaixada, ocupada em ler um livro com figuras de arte barroca. Vi somente uma boina cinza encobrindo a cabeça indecifrável . Dei de ombros. Voltei a encarar as janelas do metrô . Olhos. Olhos à minha cintura. Desta vez, fui mais rápida. Virei o rosto novamente. Choque. Ele me encarava. E era lindo. Tinha a pele muito clara, com algumas poucas sardas, cabelos alaranjados, bem como os cílios, e olhos adocicadamente ve...

A e B.

Apoiada sobre as botas de cano alto, eu conversava educadamente com minha mãe e um de seus colegas de trabalho. Um outro conhecido falou com seu bebê: - Ai, João, chega! Papai não aguenta mais te segurar assim! Ouvindo isso, os três que conversavam, olharam para o pai e seu filho, loiro como Peter Pan , e se ofereceram para segurar a criança um pouco. O pai, baixinho e meio careca, impulsionou a criança para frente, entregando-o ao colega de trabalho que conversava com minha mãe e comigo. O bebê se esquivou, esboçando um não com as palavras. Foi impulsionado de novo, mas agora em direção à minha mãe. A reação da criança foi a mesma. Por último, foi içado para frente, mas desta vez, em minha direção . E, desta vez, o rosto do bebê se iluminou num sorriso banguela , fazendo os olhinhos verdes brilharem. Ele estendeu as maozinhas gorduchas e branquinhas , como paezinhos , para mim, radiante. Fui contagiada, naturalmente estendi um amplo sorriso, retribuindo-lhe. Coube perfeitamente n...

Encaixe

- Então... Vamos mesmo fazer isso? - ela o encarou aos olhos. - Sim. - Não vai voltar atrás? - Não mesmo. Ela sorriu. Ele, idem. A esse ponto, as borboletas de cores pasteis já estavam calmas, embora ainda uma ou outra farfalhasse as asinhas por dentro daqueles estômagos , fazendo cócegas. - Então está bem - como sempre, ela tinha dificuldades em parar de falar e em deixá-lo. Ele assentiu com a cabeça, ainda a olhando com aqueles lânguidos e macios olhos verdes-mar, sorrindo com o canto dos lábios. Ela baixou seus cílios, olhando com os seus azuis-turquesa para o chão. Olharam-se de novo, como se aquela separação fosse durar uma eternidade, como se fosse a coisa mais difícil de se fazer. Não precisavam se tocar, os olhos por si só se prendiam. Ela deu um passo pra trás, enfraquecendo o feitiço. Ele não se moveu, não deixou de fitá-la por um segundo sequer. Ela se virou, não tão pronta quanto pretendia, para partir. Deu dois passos na direção oposta da dele, já de costas. Todavia, al...

Semi.

Ele recostava-se ao balcão, com uma cerveja em mãos, olhando o mundo do topo, já que era suficientemente alto para tanto. Não movia-se muito, só analisava as mortais que dançavam. Flitching glimpse . Uma semi -deusa à sua esquerda. Ele, sem perder a compostura, encarou-a passando logo à frente. Ela era mais baixa que ele, tinha os ombros e as pernas, voluptuosos, à mostra, convidativos. Seus olhos a percorreram de cima a baixo. Ela percebeu, mas não mostrou qualquer reação , a não ser esbarrar nele de modo fingidamente ocasional, fazendo os corpos se tocarem por milésimos, faiscando. Ele a seguiu com os olhos até ela sumir na multidão. Balançou a cabeça de leve, recuperando-se, voltando a seu patamar. Entretanto, nenhuma outra dali era tão interessante quanto aquela. É claro, porém, que suas expressões não demonstravam nem vislumbres do conflito interno. Foi quando, de súbito, ela voltou e se postou à sua frente, muito próxima, furiosa. Eles sustentaram um olhar flamejante, sangue e f...

Florida

She had her back on the wall . She was sitting on the bed , which was covered in white . Her legs were long and naked . The hot Florida air made her wear nothing but panties and one of his big baseball shirts . He was almost falling asleep on her lap , his eyes were light green and his eyelashes , deeply blonde . She had a book in one of her hands , while the other one had its fingers on his yellow and straight hair . He stretched his body , half naked as hers , but on the top part of it , and found a new and better position for his head above her soft legs . Almost voiceless by the tiring hot weather and the sleeping atmosphere , seconds before falling asleep , he whispered , unconsciously : - Don't let me go . She heard . She laid down the book , smiled with affection and got down , putting her face right in front his , almost gathering their lips . She whi...

Cintura.

O sol matutino cutucou -lhe as costas descobertas. Ela franziu o cenho e mexeu a boca, passando a língua pelos lábios, tentando fazer com que aquele insistente e meloso sono desgrudasse dela. Espreguiçou-se e murmurou um baixo "já vou" para o sol que se esparramava pelas costas. Barulho da televisão do lado de fora da porta fechada do quarto. Esticou o corpo esbelto, forçando braços e pernas para cima, mas então deixou-se cair de novo sobre o travesseiro e o lençol amarrotado. Engoliu saliva seca, ainda cheirando a rum. Franziu o cenho de novo, sentindo os cílios se embaraçarem sobre pálpebras pesadas e dorminhocas . Forçou o pescoço para baixo, encostando o queixo no peito, e, com a camiseta levantada até as costelas e a boxer um pouco abaixada, enxergou sua cintura, esverdeada em um ponto e arroxeada em outro. Levou uma das mãos até ali e tocou os hematomas. Dor. Vislumbres da noite passada. Sorriso largo e olhos fechados de satisfação. Virou para o outro lado, encolhe...

Yellow wings.

The white and creased sheets were underneath them . The two bodies were involved in their unique atmosphere of sleeping passion . The one from the bottom was strong , had the mouth open and the arms spread on the pillows . It was lighter than the other one and it had a large and comfortable chest , where the second body had its head laid . The second one was smaller , though not weak . The hair was longer , such as the eyelashes . The breast was on the other one 's chest , breathing in the same rythims . The sun was shallow and the air , wet . A few pieces of clothes were on the floor , torn apart . The bodies wore just one or two of them . They looked peaceful . The guy breathed deeper and held the girl closer , kissing her forehead unconsciously , and she smiled in their dream . While they felt each other , a billion yellow butterflies flew around the clear...

Verde, Vermelho, Preto.

Verde. Vermelho. Preto. Verde. Vermelho. Preto. A sequência das luzes coloridas se repetia, se alternava e se misturava freneticamente, às batidas da música ensurdecedora que fazia o chão da casa vibrar. A moça tinha as voluptuosas pernas de fora, numa saia curta, e as costas à mostra, numa blusa propositadamente rasgada. Balançava o corpo, dando ombradas brutas e cabeçadas violentas nas ondas de som, atingindo-as com força ao mesmo tempo em que as usava para embalar os membros de maneira graciosa. Os olhos iam fechados, orgulhosos demais para encarar qualquer um. Os cabelos iam soltos e bagunçados, sendo revirados a cada movimento de cabeça. As mãos, aneladas. De longe, ele, com os olhos, lhe ateava fogo, a via queimar sem piedade, em chamas altas. Tomava os últimos goles da vodka pura e sentia a garganta arder em fogo, bem como ela ardia. Passou a mão pelos negros e espessos cabelos e tomou passadas largas, decididas, imponentes. Ela sentiu uma presença intimidadora se aproximando e ...

Porta anti-ruídos.

Esquálidos e poucos raios de sol entravam pela frestas que a cortina deixava, em feixes. A manhã beirava as cinco horas. Os lençóis alaranjados de algodão egípcio se espalhavam pela cama larga, onde, silencioso, um corpo jazia, respirando preguiçosamente, desacordado. Ela estava sentada aos pés do colchão, com os joelhos dobrados e os braços largados sobre eles. Os olhos fixos no chão, firmes. O cabelo caindo-lhe insistentemente ao rosto. Uma das mãos alcançou-lhe o semblante, dando apoio ao queixo. O uniforme bem alinhado dava àquela comissária um ar elegante e aristocrático. As malas, prontas, esperavam à porta. Ela se virou, lançando um longo olhar ao rapaz ainda adormecido. Respirou fundo, inalando a atmosfera sonolenta, tranquila e aconchegante que ele exalava. Cada extremidade de seu corpo urgia para que ela se jogasse sobre ele, o acordasse e beijasse aqueles lábios tão bem delineados. Urgia para que as quatro mãos se encontrassem, para que as pernas se entrelaçassem e para que ...

Saliva áspera.

Um e-mail novo em minha caixa de entrada. Leio, com os cotovelos dobrados na mesa e o rosto apoiado nas mãos. Borboletas ricocheteando, batendo suas leves e macias asinhas no interior de meu estômago. Estendo os dedos para o teclado, impulsivamente querendo responder de maneira afável. Fecho os olhos, me concentrando. Meu lado racional assume. O gosto acre e áspero do orgulho me volta à boca. Rainha de mim, respondo o que deve ser respondido de fato. Natália Albertini.

Café.

Sentada no balcão da cozinha, com as pernas meio abertas, tomando café numa caneca verde. O cabelo bagunçado. A roupa de dormir amarrotada. Uma fresta de cintura descoberta, o Sol matutino lambendo aquele pedaço de pele, revelando acres marcas roxas. Em contraposição, penumbra cobrindo as sutis dentadas tatuadas no pescoço. Ela sorriu de canto para o café, para sua pele e para si mesma. Partículas macias de memória da noite passada. Natália Albertini.