Água quente.
Ando cansada. Ando extremamente cansada, exausta. Sim, tenho ido bem. Sim, respondo a todos com sorrisos extravagantes e exclamações sadias. O que me cansa é estar sempre tão bem. Ser sempre tão segura e sempre me obrigar a engolir qualquer mágoa que tenha. Quem fala aqui é a Natália de dentro, a que é empurrada e esmagada internamente todos os dias, cujas lágrimas são reprimidas por repuxadas de bochechas que foram sorrisos falsos. Aquela que todas as noites abre a mente em forma de sonhos nostálgicos e poeirentos. Aquela dona do próprio coração. Me disseram que depois te um tempo, a dor cessa. Com todo o respeito a aqueles que me disseram isso, eu sei que tiveram a melhor das intenções, mas vocês erraram. Ela não cessa. Aprendi a lidar com ela, claro, mas ela jamais cessa ou sequer diminui. Me distraio com algumas coisas durante certo tempo. E, sabe, tenho ficado muito boa nisso. As pessoas me veem como alguém que está sempre de bem com o mundo, com a vida, sempre segura e sempre ...