Cabana.

O sol matinal se espreguiçava pelo chão do cômodo.
O sofá-cama jazia quieto, sob o ventilador que rodava lânguido.
Ele dormia calmo, uma coberta fina sobre o corpo, e um semblante de quem sonhava longe dali. E em paz.
Já batiam quase nove horas.
Me aproximei e sussurrei bem baixinho que acordasse, a manhã já batia à janela.
Meus cachos se estenderam por cima de sua cabeça, imergindo-nos naquele local secreto que só nós dois poderíamos ver.
Beijei a pintinha em sua pálpebra direita, ainda fechada e sonolenta.
Ele se alongou devagar e demorou a abrir os olhos, mas quando os abriu, fixou-os logo em mim.
Eu não podia fazer menos que abrir um sorriso que pudesse abraçá-lo por inteiro.
Ele, ainda meio sonhando, me agarrou a mão esquerda e a pôs debaixo de seu travesseiro, como para que não fugisse.
Em pensamento, disse que não.
Não vou fugir.

Da sua,
Natália Albertini.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Os Três T's

O Punhal.

Uivos.