Smile, Sunshine.

Haviam duas camas, mas eles se espremiam numa só.
A noite tinha sido turbulenta, mas o Sol os poupou, invadindo o quarto pela sacada com uma luz mais fraca que o habitual.
Ela abriu os olhos de leve e checou seu travesseiro: um braço forte, tatuado e muito aconchegante.
Ela se empurrou um pouco pra trás, se encaixando melhor no corpo atrás do seu, que reagiu abraçando-a mais forte.
Era um corpo grande, quente, e tinha um cheiro que ela reconhecia de muito longe.
Aos poucos, ele também despertou.
Apertou-a nos braços e beijou-lhe a nuca, enroscando suas pernas na dela.
Sua mão, pesada, se precipitou por dentro da blusa dela, a única peça que aquele corpo menos quente vestia, acariciando suas costelas e peitos. Depois, desceu novamente, encontrando seu umbigo e, então, o quadril exposto e branco.
E então, sim, um pouco mais pra baixo e...
Ela se contorceu e gemeu baixo, abrindo o primeiro sorriso da manhã.
Foi então sua vez de usar as mãos e fazê-lo sorrir.
Por debaixo do cobertor azul, as mãos traçavam caminhos obscenos, cor de vinho.
Ainda de costas, ela sentiu a animação dele crescer, engrossar.
O sorriso se alargou. O de ambos.
A cama cuspiu duas camisetas, e depois uma bermuda.
O cobertor, contudo, ficou. Por cima, assim como ele.
E o Sol brilhou mais forte.

Natália Albertini.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Os Três T's

O Punhal.

O Oceano.