Pequenino.
Ele foi chegando de mansinho, com uma corrida que quase não passava de uma caminhada, com os bracinhos dobrados à altura do tórax. Era pequeno, mal devia me alcançar a cintura. Tinha o cabelo raspado rente à cabeça. A pele beirava o tom daqueles chocolates bem doces. E os olhos... Os olhos eram do tamanho de duas ameixas, escuros iguais, mas reluzentes como as estrelas que começavam a dividir o céu com o Sol que já se ia. O menino corria à frente dos pais, que andavam com mais calma, conversando sobre algum assunto leve. Eu, assim como eles, caminhava, mas com a mochila nas costas e talvez uma cara não tão aberta, porque o pequeno me olhava meio desconfiado. Me olhava com aquele jeito de criança que espera ser repreendido pelo adulto mais próximos. O miúdo jogging dele quase não alcançava minhas passadas normais. Ele me olhava de baixo pra cima, desconfiado. Eu o olhava de cima pra baixo, sisuda. Os olhos dele brilharam. Os meus reluziram de volta. Abri um sorriso. Ele se es...