De ponta-cabeça.

Ele forçava suas pernas para fora.
Ela apoiou-se sobre os braços na pia e envergou o pescoço, deixando a cabeça cair pra trás, encarando seu reflexo embaçado de ponta-cabeça.
A pressão no meio de suas pernas fazia a parte inferior de sua virilha se esquentar surpreendentemente.
Deixou a cabeça cair ainda mais e então o viu.
Ela sentia o peito dele roçar sua cintura e seu abdôme.
No reflexo, viu aqueles olhos manchados de vermelho e aquela boca com dentes sujos de visco rubro escalando o meio de seus seios.
Ele fincou os caninos ali e fez o sangue escorrer por seu corpo desnudo.
Ela não conseguia levantar a cabeça.
A sensação simultaneamente gelada e quente a dominava, deixando-a mole.
Apertou os próprios olhos e ficou vendo o reflexo ensanguentado e de cabeça para baixo comer-lhe.

Natália Albertini.

Comentários

Anônimo disse…
Olá Natália! Adorei seu blog. Você escreve muito bem e tem pensamentos muito interessante. Estou seguindo! Quando pude entra no meu: http://meuspreciosospes.blogspot.com/ Beijos

Postagens mais visitadas deste blog

Os Três T's

O Punhal.

O Oceano.