Suculenta
Ela começou a se vestir: pôs a calcinha e a saia branca de pregas. Ele a admirou por um tempo, ainda deitado, com os cabelos da nuca encharcados. Levantou num ímpeto e postou-se de pé, nu, em frente a ela. Enlaçou-a pela cintura e olhou o reflexo dos corpos dourados colados no espelho à direita deles. Os cachos compridos e claros cobriam os seios bem definidos dela. Ela encarou o reflexo dele. Os olhos do rapaz percorriam suas coxas, cintura e seios, ainda faminto. Por fim fixou-os nos olhos dela, acinzentados. - A gente forma um casal bonito - ele deixou escapar. A palavra "casal" não lhe causou arrepios como antes. Sorriu mediante aos desejos dele. Ele jamais a teria, ela era inatingível, e era isso que a tornava tão suculenta. - Claro que forma - ela respondeu numa voz rouca e em lábios avermelhados e aveludados. Beijou o queixo robusto e barbado dele. Os olhos dos dois reflexos não se desgrudavam, vítreos. Hipnotizado. Mais um. Ela engoliu a própria saliva, que, ao escorr...