Vitória Régia.

- Quer ir pro mar? - ele perguntou, olhando-a aos olhos.
Ela deu dois passos para trás, em direção às ondas, com um sorriso ao canto dos lábios salgados e fez que sim com a cabeça.
Começou a passar pelas quebradas do mar devagar, de top e calcinha, com o cabelo molhado a lhe tocar a cintura bem definida.
Ele deixou as roupas na areia e entrou silenciosamente na água.
Logo, ela sentiu o corpo atrás do seu, pulsante e firme.
Sorriu para o céu escuro, de olhos fechados.
Abriu-os novamente por causa da pressão que os dedos dele faziam entre suas pernas, sob o mar agitado.
A barba dele lhe arranhava as costas e a nuca, em beijos ofegantes.
Virou-a de frente para si e a pegou no colo, com as pernas envoltas em sua cintura.
Ele a segurou pelas pernas e a fez subir. E depois descer.
A Lua já havia sumido há tempos e o Sol ainda não havia dado as caras.
Eram só as ondas silenciosas, eles e seus sussurros.
Ela segurou-se nele pelos braços fortes, que apoiavam suas pernas douradas, e deitou na água, com os cabelos a formarem uma vitória-régia à sua volta.
O Sol atrasou seu nascer.
A noite foi deles. Só deles.

Natália Albertini.

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