Um Outro N.

Ela estava a meu lado direito, com um copo de cerveja em mãos, num gesto espelhado ao meu.
Conversávamos sobre alguma amenidade passada em mais um dia de escritório.
Ela tinha o cabelo repicado, e os olhos densos, cheios de experiência, apesar da pouca idade.
Tinha também um ar meio sarcástico, que me fazia lembrar alguém...
O ambiente era barulhento, porém mais claro que de costume.
Como sempre ela tinha alguma peripécia pra me contar, situações que chamávamos de "Natalhisses".
Experiências que só nós duas poderíamos entender, afinal, o nome só nos pertencia.
E, mais do que isso, éramos a perfeita personificação do tal.
Ela me fazia rir muito.
Nos conhecemos há pouco mais de um ano, mas a sintonia agora era tamanha que... Me espantava.
Não éramos melhores amigas, porque a definição disso que normalmente nos vem à cabeça é alguém que te conhece há muitos anos e com quem você já partilhou muita bagagem.
Esse não era o caso ali.
É só que... Entre aqueles copos de cerveja, nossa conversa tão azul claro e nossas gargalhadas, parecíamos nos conhecer há eras.
Talvez nos esquecêssemos em pouco, ou talvez levaríamos uma amizade pra vida. Independente de quais rumos tomássemos, eu só nutria uma enorme vontade de abraçá-la e agradecê-la por simplesmente estar ali, num sentimento pleno.
Claro que não o fiz, porque provavelmente, Natalharíamos e tropeçaríamos em algo, ocasionando numa queda, num provável joelho ralado e coisas do gênero...

But thanks. :)
Natália Albertini.

Comentários

Nath* disse…
crap, tô sem palavras.
Vou me conformar em provar que não sou um robô aqui embaixo.

Postagens mais visitadas deste blog

Os Três T's

Uivos.

O Punhal.