Dorme, Ná. Mamãe te chama quando chegar em casa.
Fim de festa. Minhas pálpebras pesam, difícil resistir. Estendo meus braços gordinhos na mesa enfeitada e adormeço.
Trevas.
Pontinhos de luz penetrando meus cílios. Papai me carrega enquanto se despede de todo mundo. Estou cansada, finjo que estou completamente adormecida, com o pescoço mal ajeitado, a cabeça jogada no ombro dele e os braços largados ao lado do corpo de qualquer jeito, enquanto meu par de All Stars número 26 balança nas mãos de mamãe, a meu lado, despedindo-se de titia.
Papai me leva até o carro. Quando chega, com muita agilidade abre uma das portas traseiras e me ajeita no banco. Fecha a porta e dá a volta no carro, tomando seu posto de motorista enquanto mamãe ajeita-se no banco do passageiro com as incontáveis Tapawers contendo pedaços de torta, salgadinhos, brigadeiros, bolos e afins.
A viagem de volta pra casa começa.
Me posiciono da melhor forma para um sono bem aproveitado. Porque o melhor sono é esse. Esse do banco traseiro desse Santana azul, quando tomo conta de todo meu corpinho, quando fico pensando o quão maior serei, quando fico pensando se algum dia serei tão importante para alguém quanto papai e mamãe são pra mim, quando fico pensando se terei uma irmazinha, quando sinto esse cheiro de carro, quando ouço as vozes de mamãe e papai comentando sobre a festa, quando as luzes da cidade penetram parcialmente por minhas pálpebras que voltam a ficar tão cansadas e escuras...escuras... Será que alguma fadinha vai aparecer e...aaaaah, que sono...
Será que alguma fadinha vai aparecer e me contar sobre o futuro?
Será que amanhã de manhã o Papai Noel já vai ter deixado minha bicicleta ao lado da árvore de Natal?
Será que...
Ps.: e são dessas coisas que não quero esquecer nunca, talvez por isso as escreva...para mais frente poder provar que esses sentimentos e sensações de fato existiram e me tocaram mais do que conflitos internos me tocam agora.
Natália Albertini.
Trevas.
Pontinhos de luz penetrando meus cílios. Papai me carrega enquanto se despede de todo mundo. Estou cansada, finjo que estou completamente adormecida, com o pescoço mal ajeitado, a cabeça jogada no ombro dele e os braços largados ao lado do corpo de qualquer jeito, enquanto meu par de All Stars número 26 balança nas mãos de mamãe, a meu lado, despedindo-se de titia.
Papai me leva até o carro. Quando chega, com muita agilidade abre uma das portas traseiras e me ajeita no banco. Fecha a porta e dá a volta no carro, tomando seu posto de motorista enquanto mamãe ajeita-se no banco do passageiro com as incontáveis Tapawers contendo pedaços de torta, salgadinhos, brigadeiros, bolos e afins.
A viagem de volta pra casa começa.
Me posiciono da melhor forma para um sono bem aproveitado. Porque o melhor sono é esse. Esse do banco traseiro desse Santana azul, quando tomo conta de todo meu corpinho, quando fico pensando o quão maior serei, quando fico pensando se algum dia serei tão importante para alguém quanto papai e mamãe são pra mim, quando fico pensando se terei uma irmazinha, quando sinto esse cheiro de carro, quando ouço as vozes de mamãe e papai comentando sobre a festa, quando as luzes da cidade penetram parcialmente por minhas pálpebras que voltam a ficar tão cansadas e escuras...escuras... Será que alguma fadinha vai aparecer e...aaaaah, que sono...
Será que alguma fadinha vai aparecer e me contar sobre o futuro?
Será que amanhã de manhã o Papai Noel já vai ter deixado minha bicicleta ao lado da árvore de Natal?
Será que...
Ps.: e são dessas coisas que não quero esquecer nunca, talvez por isso as escreva...para mais frente poder provar que esses sentimentos e sensações de fato existiram e me tocaram mais do que conflitos internos me tocam agora.
Natália Albertini.
Comentários
JÁ SEI!
Toma absinto que essa fadinha aparece e fica tudo mara!
Hahahahahaha
Brinks, amay.