Poliglota
Os cabelos lhe caíam ao rosto, desembaraçados e insistentes.
A coluna não tinha boa postura: se inclinava para que as mãos pudessem trabalhar melhor.
Concentrava-se de forma pesada na foto que começava a aparecer no papel gelatinado imerso na bacia de revelador.
O cronômetro batia os primeiros dez segundos da leve agitação que ainda devia ser levada até um minuto e vinte a mais.
Ela tinha o corpo envolto pelo ambiente rasamente iluminado por alguns spots de luz vermelha.
Sentiu, então, outro corpo pressionar-lhe contra a bancada. Outro pescoço pressionar-lhe o seu.
Ele inalou o ar com força, enquanto ela arfou.
Ambos sorriram.
As mãos dele eram voluptuosas e rápidas. Acharam logo o caminho de sua cintura e, então, por dentro de suas pernas, beliscando-as bruscamente.
Ela jogou um dos braços para trás e puxou-lhe com força os cabelos da nuca.
Antes do cronômetro alcançar os nove minutos, os corpos já se enroscavam felinamente, rasos, vermelhos. Madrugada a dentro.
Muitas vezes depois de reiniciado o cronômetro, a vermelhidão luminosa parecia nascer das paredes, brotar do chão.
Contudo, seu aspecto não era lá muito imaterial. Era, au reverse, viscoso, de dar água na boca.
O corpo dela fora varrido dali, mas, como recordação, ele deixou, boiando junto ao papel encharcado de química, a língua dela.
Ps.: sorry pela ausência, mas semana corrida, finally! *-*
Natália Albertini.
A coluna não tinha boa postura: se inclinava para que as mãos pudessem trabalhar melhor.
Concentrava-se de forma pesada na foto que começava a aparecer no papel gelatinado imerso na bacia de revelador.
O cronômetro batia os primeiros dez segundos da leve agitação que ainda devia ser levada até um minuto e vinte a mais.
Ela tinha o corpo envolto pelo ambiente rasamente iluminado por alguns spots de luz vermelha.
Sentiu, então, outro corpo pressionar-lhe contra a bancada. Outro pescoço pressionar-lhe o seu.
Ele inalou o ar com força, enquanto ela arfou.
Ambos sorriram.
As mãos dele eram voluptuosas e rápidas. Acharam logo o caminho de sua cintura e, então, por dentro de suas pernas, beliscando-as bruscamente.
Ela jogou um dos braços para trás e puxou-lhe com força os cabelos da nuca.
Antes do cronômetro alcançar os nove minutos, os corpos já se enroscavam felinamente, rasos, vermelhos. Madrugada a dentro.
Muitas vezes depois de reiniciado o cronômetro, a vermelhidão luminosa parecia nascer das paredes, brotar do chão.
Contudo, seu aspecto não era lá muito imaterial. Era, au reverse, viscoso, de dar água na boca.
O corpo dela fora varrido dali, mas, como recordação, ele deixou, boiando junto ao papel encharcado de química, a língua dela.
Ps.: sorry pela ausência, mas semana corrida, finally! *-*
Natália Albertini.
Comentários
Consigo levar o teu post como uma analogia para a vida. De que forma? Da forma subjetiva que cada um tem de observar o cotidiano.
Beijo!
Consigo assistir seus textos Honey, liked your stuff!