O veneno.

De maneira muito rápida e confusa, como um flash, o barman colocou os dois pequeninos copos sobre o balcão.
Embora um fosse loiro e cheio de cachos e o outro, moreno de sutis curvas, ambos os cabelos andavam, durante toda a noite, meio revirados, bagunçados, eufóricos.
Um par de ombros altos e largos falavam com as duas moças pela esquerda, enquanto outro, de camisa xadrez, as enlaçava pelas cinturas.
Quando as duas se voltaram ao balcão, o líquido dourado já transbordava dos copinhos, enquanto fatias de limão e algum sal lhes eram empurrados.
Enquanto batidas ensurdecedoras da música contagiavam-lhes os corpos, nunca imóveis, e viam faixas de luzes de todas as cores cortarem-lhes a visão, se entreolharam.
Ali, naquela fração de segundo, por mais embriagada que fosse, os olhos, os marrons e os azuis, viram-se lilás. Viram-se sintonizados, gratos, famintos e atiçados.
Sorriram compreensivamente uma para a outra e, juntas, lamberam o sal das mãos, entornaram os pequenos copos de veneno e sugaram todo o limão, sentindo as gargantas queimarem.
Limparam as bocas e forçaram os corpos de volta à pista, onde dançaram frenética e incessavelmente até os primeiros raios de sol tocarem-lhe as nucas.

Ps.: só uma coisa a dizer sobre tal Carnaval: É POCA ZUERA???
Ps2.: desculpe-me pela ausência, dear blog, mas i'm back.
Natália Albertini.

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