My tears don't dry on their own.
Eu estava ao sofá de couro, entre meus avós maternos: ela, à minha direita, ele, à minha esquerda.
Eram meus únicos, os paternos haviam me deixado.
Meu vô tinha a atenção voltada para a tevê e a mão direita apoiada em meu joelho esquerdo, amigavelmente . Minha mão sobre a dele.
Minha vó apertava os olhinhos por detrás dos óculos e minha mão direita por dentro da esquerda dela.
- Olha só o que eu tô lendo - e ela se esticou para pegar um livrinho denominado 'Feliz Aniversário!' que me parecia estranhamente familiar.
- Era do seu avô.
Ah... Por isso eu o reconhecia. Era do vô Germano, pai do meu pai. Aquele que fechou os olhos em agosto do ano passado. E meu Deus do céu, já faz um ano, embora a dor ainda se alargue dia após dia.
- E olha só o que eu achei no meio dele.
Ela soltou minha mão, o que me doeu muito, quase fechei os dedos em torno do pulso dela, para que ela jamais me soltasse, mas manti a postura e cerrei o maxilar. Passou a folhear o pequeno ...