Maratona.
Mais rápida que uma maratonista, eu me vestia. Enquanto deambulava pelo quarto, pondo e tirando peças de roupa, jogava o que encontrava de útil pelo caminho dentro de minha bolsa. Saltitei ao espelho com o tubo de rímel na mão e agilmente destaquei meus cílios. Com uma última olhada ao meu reflexo, pouco me importando com os cachos ainda úmidos e com uma das alças da blusa escorregando pelo ombro, apressei-me em jogar meu chaveiro de caveira dentro dum compartimento menor de minha bolsa. Foi quando meus olhos se depararam com um objeto surpresa. Fui obrigada a sair daquele frenesi de pressa em que me meto todos os dias e parar por um instante. Ofegantes, meus dedos foram de encontro àquela pequena peça metálica, trazend-a mais perto de meus olhos. Uma tampinha de Heineken escondida em minha bolsa. Fui arremessada de volta ao dia da caça à Heineken. Meus caninos, arremessados novamente contra sua carne. Sorri de canto, divertida. Ps.: já ganhei, beijos. Natália Albertini.
Comentários