Estrelas.

Confortáveis e bem acomodados ao sofá, eles conversavam sobre fools and kings.
A cerveja desaparecia com rapidez dos gordos copos, e mais tarde ele teve a pachorra de dizer que se foram nove latas, o que ela negava com a cabeça.
Suas falas eram rápidas, ágeis e famintas pelas próximas. As mãos subiam e desciam no ar, complementando as informações. As gargantas não se secavam, mergulhadas em cevada.
Ainda que ele fumasse, ela lhe sorria.
A sintonia agradou a ambos instantânea e simultaneamente.
Ele vestia uma daquelas grandes jaquetas de motoqueiros, enquanto ela calçava sapatilhas.
Enquanto as falas soltavam borboletas, os olhos escondiam jaguares.
Conversaram assim por mais umas boas horas.

Mais tarde, o carro balançava e o silêncio assistia aos arranhões e mordidas, aos palavrões e aos tapas desferidos.
A noite terminou, então, estrelada.

Natália Albertini.

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