Last Tango In Paris.

As pernas cruzadas por debaixo da mesa continuavam inquietas ao som da melodia de fundo. Os dedos tamborilavam na superfície metalizada que apoiava uma taça ornamental de algum drinque vermelho, bem como o vestido. Este, decotado nas costas e amarrado no pescoço formando uma frente-única estonteante, realçava-lhe os ombros e braços finos e claros, como também seu pescoço comprido e charmoso que fazia um caminho bem delineado até traços angulosos de seu rosto feminino e misterioso. Seu cabelo estava preso num coque volumoso e escuro, de maneira a combinar com os olhos pintados e cheios de ondas revoltas.
Num ambiente escuro e marcado por colorações quentes, sua presença ainda assim se destacava. Por ter sido bem observada, uma mão mais forte e morena que a sua logo se estendeu para ela.
O pequeno e de bem selecionado público bar argentino logo se iluminou com todo o brilho daquele casal que se perdeu em ochos, ganchos e tango pelo resto daquela madrugada de outubro.

Natália Albertini.

Comentários

G.L. e F. disse…
a palavra é: (cinematográfico)¹³.

Postagens mais visitadas deste blog

Os Três T's

O Punhal.

Uivos.