Little bit of hell.

Tudo à minha volta era fogo. Chamas, labaredas, fogo, fogo e mais fogo. Eu mesma estava em chamas por completo.
Gritava, expelia ruídos indefiníveis, pedindo para que parassem de atear fogo em meu pobre corpo. Que minha alma sentisse tal excruciante dor, mas meu corpo não, não merecia queimar daquele jeito.
De repente minha respiração falhou e o oxigênio parecia se recusar a passar por minhas veias respiratórias.
O cabelo grudava em meu rosto e nuca quando comecei a vomitar tosses e tentativas frustradas de trazer o ar para dentro de meus pulmões.
Alguém começou a me espancar as costas. Sem forças para protestar, apenas virei o rosto e olhei minha agressora.
Entreabri os olhos até então cerrados e o que vi foi minha mãe me chamando calmamente.
- Quê? - e soltei uma arfada que ar quente, enfim conseguindo roubar algum oxigênio para mim.
- Tudo bem?
- Quê?!
Me dei conta, por fim, que o lençol estava umedecido, a camiseta grudada em mim e o shorts jogado no chão, do outro lado do quarto.
- Filha, que foi?
- Nada, mãe - arfei mais uma vez.
- Vou trazer o ventilador aqui, espera.
- Tá...
É. Só mais um pequeno cochilo durante um calor absurdamente...quente. (?)

Ps.: que calor gostosoooooooo! (Sem ironias, juro!)
Natália Albertini.

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