Café.

Sentada no balcão da cozinha, com as pernas meio abertas, tomando café numa caneca verde.
O cabelo bagunçado.
A roupa de dormir amarrotada.
Uma fresta de cintura descoberta, o Sol matutino lambendo aquele pedaço de pele, revelando acres marcas roxas.
Em contraposição, penumbra cobrindo as sutis dentadas tatuadas no pescoço.
Ela sorriu de canto para o café, para sua pele e para si mesma.
Partículas macias de memória da noite passada.

Natália Albertini.

Comentários

Adorei o texto. O tom intimista, quase confessional não fosse a figura do narrador que observa invisível o diálogo que ela trava com a geografia do próprio corpo.

Incrível. Me passa por e-mail o seu nome completo para que eu a adicione à minha lista de blogs amigos. Tenho que voltar sempre. Absoluta certeza.

Obrigada pelo comentário e pela sua generosidade com o meu texto.

Grande abraço, Ana
Yane Manuela disse…
Gostei muito desse texto é bem sutil ao falar sobre uma intimidade que só você compartilhou. Como um pacto de cumplicidade com o silêncio.
Adoro seus textos!
Rafa disse…
Ela sorriu para o mundo. Ela sorriu inclusive para a dúvida de quem a está lendo ou escutando: Noite passada foi boa ou ruim?

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