How I wish, how I wish you were here...
Hoje meus pais e minha irmã me buscaram no serviço e dali fomos direto à Avenida Paulista, dar uma olhada nos enfeites de Natal.
Forcei alguns sorrisos a despontarem em meu rosto.
Entretanto, o que me corroía por dentro era tristeza. E aquele imenso vazio novamente.
Só conseguia pensar no quanto eu não quero que esse Natal chegue, no quanto eu gostaria de voltar aos meus cinco, seis anos de idade, quando o mundo era macio e melodioso.
Engoli a represa.
Minha irmã lembrou:
- Lembra que quando a gente era pequena, levavam a gente numa rua que tinha neve?
- Lembro... - um tom de nostalgia me escapou aos lábios.
Meu pai se adiantou:
- Rua Normandia. A gente vai pra lá agora!
Balancei de leve a cabeça, tentando evitar pensar no pior: que a rua não estivesse enfeitada como antes, que a neve não caísse mais, que não houvesse mais tantas crianças quanto antes.
Meu pai guiou o carro por entre as ruas do Ibirapuera. Passamos em frente ao Hospital Alvorada, onde te vi pela última vez...
Chegamos à tal Rua Normandia, não sem antes passar pela Bem-te-vi e pela Cotovia.
Pois é... Nada de enfeites grandiosos.
Só tristes luzinhas e pipoqueiros espalhados por ali.
Nada de turistas.
Nada de crianças.
Depois disso, não consigo parar de pensar no portão da sua casa com a placa de VENDE-SE.
E o trecho de Pink Floyd 'how I wish, how I wish you were here...' não desgruda da minha cabeça.
Meu peito afunda em oceanos escuros e teima em não voltar. Minha respiração falha e meus olhos incham. Meu canal de lágrimas já encontra-se obstruído.
Vou ter que fazer minha santa mãe me levar até sua casa um dia desses.
E, vô, perdoe-me, mas eu sei que vou chorar minhas vísceras ao ver a casa vazia.
Eu só sinto tanto a sua falta. Ela me mata todos os dias desde que você nos deixou.
Todos os dias eu sinto esse punhal perfurando meu adbôme, fazendo o sangue jorrar pra fora. Sinto a lâmina girar dentro de mim, arrastando com ela meus órgãos e minhas forças.
Ps.: só postei essa coisa escrota hoje porque estou chorando há dias. Meus olhos só pediram gentilmente para que meus dedos dividissem a dor com eles na noite de hoje, pois o peso já é grande demais para tão raros cílios.
Da sempre sua,
Natália Albertini.
Forcei alguns sorrisos a despontarem em meu rosto.
Entretanto, o que me corroía por dentro era tristeza. E aquele imenso vazio novamente.
Só conseguia pensar no quanto eu não quero que esse Natal chegue, no quanto eu gostaria de voltar aos meus cinco, seis anos de idade, quando o mundo era macio e melodioso.
Engoli a represa.
Minha irmã lembrou:
- Lembra que quando a gente era pequena, levavam a gente numa rua que tinha neve?
- Lembro... - um tom de nostalgia me escapou aos lábios.
Meu pai se adiantou:
- Rua Normandia. A gente vai pra lá agora!
Balancei de leve a cabeça, tentando evitar pensar no pior: que a rua não estivesse enfeitada como antes, que a neve não caísse mais, que não houvesse mais tantas crianças quanto antes.
Meu pai guiou o carro por entre as ruas do Ibirapuera. Passamos em frente ao Hospital Alvorada, onde te vi pela última vez...
Chegamos à tal Rua Normandia, não sem antes passar pela Bem-te-vi e pela Cotovia.
Pois é... Nada de enfeites grandiosos.
Só tristes luzinhas e pipoqueiros espalhados por ali.
Nada de turistas.
Nada de crianças.
Depois disso, não consigo parar de pensar no portão da sua casa com a placa de VENDE-SE.
E o trecho de Pink Floyd 'how I wish, how I wish you were here...' não desgruda da minha cabeça.
Meu peito afunda em oceanos escuros e teima em não voltar. Minha respiração falha e meus olhos incham. Meu canal de lágrimas já encontra-se obstruído.
Vou ter que fazer minha santa mãe me levar até sua casa um dia desses.
E, vô, perdoe-me, mas eu sei que vou chorar minhas vísceras ao ver a casa vazia.
Eu só sinto tanto a sua falta. Ela me mata todos os dias desde que você nos deixou.
Todos os dias eu sinto esse punhal perfurando meu adbôme, fazendo o sangue jorrar pra fora. Sinto a lâmina girar dentro de mim, arrastando com ela meus órgãos e minhas forças.
Ps.: só postei essa coisa escrota hoje porque estou chorando há dias. Meus olhos só pediram gentilmente para que meus dedos dividissem a dor com eles na noite de hoje, pois o peso já é grande demais para tão raros cílios.
Da sempre sua,
Natália Albertini.
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