Ilhabela

Cinco eram as garrafas jogadas na areia, vazias.
Em cima da mesa amarela de plástico, eles tinham um balde cheio de gelo e mais quatro garrafas de cerveja cheias.
Eles riam morriam de rir falando besteira um para o outro, de vez em quando esbarrando na mesa e derrubando mais cerveza na areia.
O sol começava a se pôr, mas o dia ainda ia bem claro.
Estavam numa praia pequena e eram um dos últimos clientes daquela tarde.
O mar tentava chegar cada vez mais perto deles para ouvir do que tanto riam.
Ela tinha o cabelo ainda todo molhado, de vez em quando pingando água salgada nas costas e pernas, bronzeadas. Ele tinha os dois pés enfiados na areia fina e os óculos de sol no rosto.
Estavam ali há boas horas, mas não sabiam quantas. Também não sabiam que horas eram agora e, na verdade, já não se importavam. Estavam de férias e não tinham pressa.
Já não sabiam mais o que estavam falando, só que riam. E riam. E bebiam. E depois riam mais.
As cabeças rodavam muito de leve, iam e vim bem devagar, como as ondas.
Ah, como eram felizes.
Nada mais importava naquele momento senão aproveitar o sol, a cerveja, o mar. Ah, e, claro, a si mesmos.
De vez em quando se beijavam de leve, as bocas salgadas.
Naquele momento, nem passado nem futuro lhes importava. Só o presente. Só a praia. Só o mar. Só eles.

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