A mochila pendurada nos ombros já incomodava, bem como o excesso de roupa, o pequeno espaço que o bolso oferecia às mãos e os pés começando a sentirem-se encharcados. Atravessou a rua e começou a andar em direção a um pequeno toldo duma padaria, debaixo do qual esperaria a chuva tornar-se menos intensa. Quase chegando no destino, arregaçou todas as mangas que lhe cobriam o braço esquerdo para checar as horas. Mas além da constatação do horário, pôde sentir o contato da chuva com sua pele. Sentiu as pequenas gotas geladas batendo de leve em sua derme, cutucando, escorrendo, escorregando. Aquele contato fez todo seu corpo, embora coberto por sabe-se lá quantas blusas, inclusive sua nuca, onde os cabelos molhados se grudavam, estremecer, arrepiar. Com agilidade, tirou a mochila das costas e a jogou ao chão. Começou a se despir, tirando a primeira, a segunda, a terceira e a quarta blusa, permanecendo somente com a regata azul que tinha por baixo de todas. Atirou longe os tênis e o par de m...