As flores.

O bosque era meio fechado, a claridade era envolta na penumbra.
Cada uma delas se estirava a uma das cadeiras. A terceira espreguiçadeira servia de apoio para as toalhas, camisetas e um par de óculos-de-sol.
A mais velha das duas meninas se ajeitou à sombra e abriu o livro, sendo assim empurrada à era medieval, de volta à corte de Artur, ouvindo os pensamentos de Morgaine le Fair.
A mais nova se ajeitou de lado, com as pálpebras semi-cerradas e perguntou baixinho:
- E se a gente dormir aqui? O que acontece?
A mais velha soltou um riso de leve deboche e respondeu:
- , nada, a gente dorme, tonta.
Sorriram.
A mais nova adormeceu primeiro. Uns vinte minutos e quinze páginas depois, a mais velha caiu no sono verde também.
As respirações eram rasas, sossegadas, farejavam o cheiro esverdeado de mato que tanto as rodeava.
O sono foi leve, não havia sonhos. Foi tranquilo.
O barulho constante de água da cachoeira ao pé do declive as embalava como uma canção de ninar.
E, assim, dormiram ali até que a relva sutil as envolvesse e as tornasse também folhas, galhos, frutas e flores.

Natália Albertini.

Comentários

Dayana Sartorio disse…
Inveja plena, é tudo que posso comentar!
E o que dizer dessa pergunta da mais nova..haahhaha! Tonta mesmo!! rsrsrsrs
Kedley disse…
Bom... Vejo que esta descansando muito em suas férias. E que também esta relendo seu livro vermelho de título dourado.
Vc ja sabe disso... mas vale lembrar que dormir no sol não faz a gente ficar verde, e sim vermelho.
Haha
Bela abstração enquanto deita em uma cadeira de piscina querida.
Beijo

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