O Punhal.

Tenho levado meus dias em razoável bom humor. Sorrindo e cantarolando, por vezes.
Mas e aí que vejo um velhinho beirando os oitenta anos perto de mim, com o maxilar empurrado pra frente, os cabelos brancos, a pele enrugada e manchada, e a camisa listrada.
Que saudades que me dá...
Que vontade de despejar meus oceanos ali mesmo, sem esperar até chegar em casa.
Lembro de novo que sua casa está acenando pra mim.
Que a areia se esvai por entre meus dedos e eu não consigo segurá-la.
Essa dor excruciante em meu peito outra vez, me dando um alô, tão familiar.
Entrelaço os cílios before my glasses e esmigalho meu maxilar.
Espero até chegar em casa e aí desabo.
Que saudades que me dá...

Natália Albertini.

Comentários

Rafa disse…
Textos com sentimentos a flor da pele são sempre muito bonitos. E me lembro de ter comentado isso em um texto teu (que tenho certeza que tem link direto com a saudades sentidas nesse aqui)que uma hora as saudades viram lindas lembranças. A falta sempre vai ficar e os oceanos vão querer se desprender dos olhos, mas acaba-se entendendo o porque daquilo ter acontecido.

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