O abraço.
Uma nuvem pairava ao longe. Ela caminhava devagar pelo céu azul. Até parecia o... É, parecia o chapéu de Lewis. Aquele que ele gostava de usar quando saía pra caminhar pelo parque. Ele dizia que ajudava a se camuflar no meio do bosque, e por isso acabava conseguindo avistar mais pássaros. E como ele amava os pássaros! Desde que eram crianças e fingiam que o jardim da mamãe era uma floresta... James respirou fundo, demorando a se desvencilhar da nuvem e daquelas memórias, mas quando finalmente desviou o olhar, voltou-se para seus velhos dedos enrugados, as unhas amarelas, pendendo do dispenser de moedas do telefone. Era uma sensação engraçada estar ali naquela cabine telefônica. A porta fechada atrás de si abafava todo o som da grande avenida, e o deixava observar. Ele então observava. Segurando o telefone à orelha, ele olhava pelo vidro da cabine. Via muita vida lá fora, e sentia pouca ali dentro. O ar era parado e pesado. Seus pulmões demoravam a se encher, parecia. Havia um cheiro