Pobrezinho.
A chuva não cessava nem por um instante e o interior do carro começava a ficar quente demais.
- Eu quero tomar chuva - disse a garota, começando a abrir a porta do automóvel.
Ele a censurou, segurando-a pelo braço.
- Fica aqui dentro, é melhor - e aproveitou para treinar sua voz sedutora enquanto passava voluptuosamente a mão pelas coxas dela.
Ela sorriu maliciosamente, lambeu-lhe a orelha e, sem mais palavras, pulou para fora, sentindo a pesada chuva encharcar-lhe. Fechou a porta atrás de si e ficou a deleitar-se com a sensação das pernas sendo molhadas, os chinelos, os shorts e a regata colando-se à pele.
Ele saiu e deu a volta no Audi prata, alcançando-a.
- Você não é lá muito sensata, não? - abraçando-lhe pela cintura.
- Não - e sorriu.
- Só disse para ficar dentro porque está muito escuro aqui, dentro do carro parecia mais seguro. E agora molharemos os bancos ao voltar lá pra dentro - sorriu, disfarçando a dor em admitir que talvez danificasse os bancos do seu bebê. Simplesmente não parou pra pensar que talvez não voltariam para o carro.
Os corpos se entrelaçavam enquanto as línguas se enroscavam e os lábios colidiam. As mãs corriam de cima a baixo, por vezes se encontrando, por vezes se apoiando no carro.
Deixando a libido dominar seu amor pelo carro, o rapaz a sentou no capô, inclinando-a para trás e tornando as passadas de mão cada vez mais...baixas, por assim dizer.
Clique.
Ele se pôs ereto, com os olhos arregalados, procurando por algo atrás dele, olhando atento para a casa da esquina,cujo muro era coberto por trepadeiras.
- Ouviu isso?
Ela riu alto.
- Que foi? Tá aí todo aflito.
- Você ouviu isso?!
- Isso o quê? - e puxou-lhe para perto de novo pela gola da camisa, porém logo tendo o beijo rejeitado, o que lhe provocou uma careta de irritação - Porra!
Ele tapou-lhe a boca com a mão direita, enquanto colocou o indicador esquerdo à frente dos lábios, pedindo silêncio.
Clique.
- Isso! ISSO! NÃO OUVIU?!
Ela continuava inabalável, só ficando mais e mais irritada. Esquivou-se dele e se pôs de pé.
- Ouvi... É o som da insanidade. Certo?
Ele revirou os olhos para a impaciência dela e se afastou, olhando ao redor, procurando de onde vinha aquele barulho tão perturbador.
Depois de alguns minutos de silêncio e procura em vão, ele desistiu.
- Ah, ao inferno - e voltou a beijá-la, deixando-a satisfeita.
Surgiu então, ao lado direito do casal, uma voz súbita e macia:
- Me procurando, bonitão?
Os dois abriram os olhos e viraram os rostos, com os corpos ainda imovelmente entrelaçados, em direção à loira que se postava ali, de pé, sorrindo.
A expressão que tinham nos olhos era puro susto.
A moça de cabelos compridos e claros deu alguns passos, ficando atrás do rapaz, que ainda abraçava sua namorada-por-uma-noite. Passou os braços pela cintura dele e sussurou de maneira que ambos a ouvissem:
- Eu estava por ai, sem ter aonde ir, e aí me deparei com vocês - sua voz era incrivelmente melodiosa - Fiquei observando-os por certo tempo. Tenho de admitir que vocês dois são muito... calientes - seu riso soou, simultaneamente, inocente e atemorizante.
- O que você quer? - perguntou a menina, de fato curiosa sobre a resposta.
- Bem... Digamos que vocês me...despertaram. Eu estava pensando se... Eu não poderia participar da brincadeira de vocês?
Com a mão direita, ela acariciou a virilha dele e, com a esquerda, um dos seios dela, sorrindo prazerosamente.
Enquanto ela os seduzia, sorrindo convincentemente, uma voz masculina surgiu à esquerda:
- Não vai me apresentar seus novos amigos, Dimitra?
Novamente o susto. Os olhares se voltaram para a figura de cabelos escuros, à altura do maxilar, e de pele clara, ao lado.
- Ah - e aquele sorriso estonteante novamente - Andreas, estes são Magno e Belina.
O casal, que já sucumbia aos encantos da loira, sobressaltou-se ainda mais. A garota disse:
- Espera aí... Nós não te dissemos nossos nomes!
- Nem precisavam...
O homem, alto, postou-se atrás de Dimitra, enlaçando a todos com seus braços compridos.
A cena, de longe, parecia uma orgia sob a chuva que havia se tornado torrencial.
- Achei que tínhamos um acordo, D. Dividimos os lanches, certo?
Um sutil tom de receio pareceu passar pela voz da loira, mas logo desvaneceu-se:
- Ahn...sim. Eu só os estava aquecendo para você.
- Ah, que altruísta você - a risada dele assemelhou-se a um trovão.
- E então, o que acham da nossa proposta, meninos? Todos juntos. Nada mal, hein?
O casal entreolhou-se apavorado. Aquilo estava começando a ficar estranho em demasia. O rapaz começou:
- Olha, acho melhor irmos andando... Já é bem tarde... E somos meio...reservados.
- É... - entretanto, a menina não parecia muito convincente. Como estava de frente para todos os três outros, seu olhar se prendeu no homem recém-chegado. E ele era incrivelmente belo. A mulher também não era de se descartar...
Quando tentaram se esquivar daqueles dois pares de mãos que os tateavam com gula, foram repreendidos.
- Ora, essa, Magno. Não é lá tão tarde. E sua Belina ficou bem tentada com a nossa oferta... Por que não experimentar? E nós também somos muito reservados. Garanto-lhes que nosso pequeno jogo não sairá daqui.
Dimitra riu maleficamente.
Num piscar de olhos, eles se movimentaram, separando o casal.
Antes mesmo de entender o que havia acontecido, Magno viu-se preso entre a loira e o carro, e Belina, entre o homem e o Audi.
Os últimos a chegarem se entreolharam, abriram um sorriso de orelha a orelha e começaram a festinha particular deles.
A coruja ouviu os pescoços estralarem e os corpos caírem amolecidos sobre o capô que, infelizmente, passou do prata ao vinho em questão de instantes.
Minutos depois, após se esbaldarem de fluído vital humano, Dimitra rolou os corpos para o declive próximo que terminava no rio.
Quando voltou, Andreas a esperava, já sentado atrás do volante.
- Belo Audi este. E pensar que ele não tinha nem 20 anos. O pai deveria ser milionário...
- Sim... Mas da próxima vez me lembre de arrastá-los para o chão ao sugá-los. É uma pena estragar essa pintura.
- É vero... Pobre carro.
Ps.: é, A e D, pobre carro.
Natália Albertini.
- Eu quero tomar chuva - disse a garota, começando a abrir a porta do automóvel.
Ele a censurou, segurando-a pelo braço.
- Fica aqui dentro, é melhor - e aproveitou para treinar sua voz sedutora enquanto passava voluptuosamente a mão pelas coxas dela.
Ela sorriu maliciosamente, lambeu-lhe a orelha e, sem mais palavras, pulou para fora, sentindo a pesada chuva encharcar-lhe. Fechou a porta atrás de si e ficou a deleitar-se com a sensação das pernas sendo molhadas, os chinelos, os shorts e a regata colando-se à pele.
Ele saiu e deu a volta no Audi prata, alcançando-a.
- Você não é lá muito sensata, não? - abraçando-lhe pela cintura.
- Não - e sorriu.
- Só disse para ficar dentro porque está muito escuro aqui, dentro do carro parecia mais seguro. E agora molharemos os bancos ao voltar lá pra dentro - sorriu, disfarçando a dor em admitir que talvez danificasse os bancos do seu bebê. Simplesmente não parou pra pensar que talvez não voltariam para o carro.
Os corpos se entrelaçavam enquanto as línguas se enroscavam e os lábios colidiam. As mãs corriam de cima a baixo, por vezes se encontrando, por vezes se apoiando no carro.
Deixando a libido dominar seu amor pelo carro, o rapaz a sentou no capô, inclinando-a para trás e tornando as passadas de mão cada vez mais...baixas, por assim dizer.
Clique.
Ele se pôs ereto, com os olhos arregalados, procurando por algo atrás dele, olhando atento para a casa da esquina,cujo muro era coberto por trepadeiras.
- Ouviu isso?
Ela riu alto.
- Que foi? Tá aí todo aflito.
- Você ouviu isso?!
- Isso o quê? - e puxou-lhe para perto de novo pela gola da camisa, porém logo tendo o beijo rejeitado, o que lhe provocou uma careta de irritação - Porra!
Ele tapou-lhe a boca com a mão direita, enquanto colocou o indicador esquerdo à frente dos lábios, pedindo silêncio.
Clique.
- Isso! ISSO! NÃO OUVIU?!
Ela continuava inabalável, só ficando mais e mais irritada. Esquivou-se dele e se pôs de pé.
- Ouvi... É o som da insanidade. Certo?
Ele revirou os olhos para a impaciência dela e se afastou, olhando ao redor, procurando de onde vinha aquele barulho tão perturbador.
Depois de alguns minutos de silêncio e procura em vão, ele desistiu.
- Ah, ao inferno - e voltou a beijá-la, deixando-a satisfeita.
Surgiu então, ao lado direito do casal, uma voz súbita e macia:
- Me procurando, bonitão?
Os dois abriram os olhos e viraram os rostos, com os corpos ainda imovelmente entrelaçados, em direção à loira que se postava ali, de pé, sorrindo.
A expressão que tinham nos olhos era puro susto.
A moça de cabelos compridos e claros deu alguns passos, ficando atrás do rapaz, que ainda abraçava sua namorada-por-uma-noite. Passou os braços pela cintura dele e sussurou de maneira que ambos a ouvissem:
- Eu estava por ai, sem ter aonde ir, e aí me deparei com vocês - sua voz era incrivelmente melodiosa - Fiquei observando-os por certo tempo. Tenho de admitir que vocês dois são muito... calientes - seu riso soou, simultaneamente, inocente e atemorizante.
- O que você quer? - perguntou a menina, de fato curiosa sobre a resposta.
- Bem... Digamos que vocês me...despertaram. Eu estava pensando se... Eu não poderia participar da brincadeira de vocês?
Com a mão direita, ela acariciou a virilha dele e, com a esquerda, um dos seios dela, sorrindo prazerosamente.
Enquanto ela os seduzia, sorrindo convincentemente, uma voz masculina surgiu à esquerda:
- Não vai me apresentar seus novos amigos, Dimitra?
Novamente o susto. Os olhares se voltaram para a figura de cabelos escuros, à altura do maxilar, e de pele clara, ao lado.
- Ah - e aquele sorriso estonteante novamente - Andreas, estes são Magno e Belina.
O casal, que já sucumbia aos encantos da loira, sobressaltou-se ainda mais. A garota disse:
- Espera aí... Nós não te dissemos nossos nomes!
- Nem precisavam...
O homem, alto, postou-se atrás de Dimitra, enlaçando a todos com seus braços compridos.
A cena, de longe, parecia uma orgia sob a chuva que havia se tornado torrencial.
- Achei que tínhamos um acordo, D. Dividimos os lanches, certo?
Um sutil tom de receio pareceu passar pela voz da loira, mas logo desvaneceu-se:
- Ahn...sim. Eu só os estava aquecendo para você.
- Ah, que altruísta você - a risada dele assemelhou-se a um trovão.
- E então, o que acham da nossa proposta, meninos? Todos juntos. Nada mal, hein?
O casal entreolhou-se apavorado. Aquilo estava começando a ficar estranho em demasia. O rapaz começou:
- Olha, acho melhor irmos andando... Já é bem tarde... E somos meio...reservados.
- É... - entretanto, a menina não parecia muito convincente. Como estava de frente para todos os três outros, seu olhar se prendeu no homem recém-chegado. E ele era incrivelmente belo. A mulher também não era de se descartar...
Quando tentaram se esquivar daqueles dois pares de mãos que os tateavam com gula, foram repreendidos.
- Ora, essa, Magno. Não é lá tão tarde. E sua Belina ficou bem tentada com a nossa oferta... Por que não experimentar? E nós também somos muito reservados. Garanto-lhes que nosso pequeno jogo não sairá daqui.
Dimitra riu maleficamente.
Num piscar de olhos, eles se movimentaram, separando o casal.
Antes mesmo de entender o que havia acontecido, Magno viu-se preso entre a loira e o carro, e Belina, entre o homem e o Audi.
Os últimos a chegarem se entreolharam, abriram um sorriso de orelha a orelha e começaram a festinha particular deles.
A coruja ouviu os pescoços estralarem e os corpos caírem amolecidos sobre o capô que, infelizmente, passou do prata ao vinho em questão de instantes.
Minutos depois, após se esbaldarem de fluído vital humano, Dimitra rolou os corpos para o declive próximo que terminava no rio.
Quando voltou, Andreas a esperava, já sentado atrás do volante.
- Belo Audi este. E pensar que ele não tinha nem 20 anos. O pai deveria ser milionário...
- Sim... Mas da próxima vez me lembre de arrastá-los para o chão ao sugá-los. É uma pena estragar essa pintura.
- É vero... Pobre carro.
Ps.: é, A e D, pobre carro.
Natália Albertini.
Comentários
ótimo texto.
Um casal mnuito louco!
abç
Pobre Esponja